Familiares que utilizam o serviço conversaram com o A Cidade sobre a situação; vereador também falou do assunto na Câmara
A mãe de Erick Milani Trindade (foto) disse que o filho faz equoterapia há 14 anos e pediu melhorias no transporte (Foto: Arquivo Pessoal)
Érika Chausson
erika@acidadevotuporanga.com.br
O transporte coletivo de pessoas deficientes para sessões de Equoterapia no Haras Dal Ben, localizado próximo à Valentim Gentil, tem se tornado motivo de reclamações. É que muitos pais e mães desses pacientes estão solicitando que sejam tomadas providências devido a falta de veículos adequados da Prefeitura para o deslocamento.
Além da ausência de meios de transportes na cidade, as condições destes automóveis também não são recomendadas aos pacientes com qualquer tipo de deficiência, que sofrem durante o transporte.
Silvia Regina é avó e responsável por Kauan Teodoro, de 15 anos, e Pedro Arthur, de 14 anos, que são autistas e utilizam os serviços de Equoterapia há cinco anos pelo menos duas vezes por semana. Ao jornal A Cidade, ela contou que os problemas têm sido recorrentes.
“Transporte em péssimo estado, sem cinto de segurança, banco solto, quanto tem, porque as vezes tem que reclamar. Sempre tivemos problema com transporte, porém eu sempre uso meios de ajuda para conseguir”, afirmou.
Ela ainda disse que por muitas vezes já entrou em contato com o setor responsável pelo transporte e foi informada de que não teriam veículos para o deslocamento ou que estariam quebrados.
Questionada sobre o tipo de transporte necessário, Silvia afirmou que é necessário um veículo em bom estado para o transporte dos pacientes portadores de deficiência e que de preferência não sejam fechados, como ambulância, já que no caso de seus netos que tem autismo, causa desconforto.
Para Claudineia Milani, que é mãe de Erick Milani Trindade de 15 anos, a situação é a mesma. Ela relatou ao A Cidade que seu filho faz tratamento no Haras há 14 anos e sempre teve dificuldades com o transporte. “Nosso maior problema é que sempre falta transporte por conta de ambulâncias, as vezes por falta de motorista, e até por motivo de chuva. Por ser em um sítio não querem levar. Sempre tem uma desculpa diferente”.
A mãe de Erick ainda disse que seria fundamental um transporte específico e adaptado para os portadores de deficiência. “Nossos filhos já não cabem em nosso colo, são adolescentes e pesados. Não temos nada a reclamar dos motoristas das ambulâncias, eles são sempre muito atenciosos com as mães, nossos filhos e não tem culpa da má gestão da nossa cidade”, ressaltou.
Alessandra de Miranda é mãe da Emile Cristina de 5 anos, que faz a Equoterapia há cerca de três meses, e também contou que teve problema com o transporte.
Durante a 38ª sessão ordinária da Câmara Municipal, o vereador Osmair Ferrari aproveitou o espaço na tribuna para falar sobre as reclamações e pedido dos familiares. “Fomos procurados esta semana por várias mães. Levei a relação dessas mães para a secretária da Saúde para que tomen providências urgente”, discursou na Casa de Leis.
A reportagem do A Cidade entrou em contato com a Prefeitura de Votuporanga e foi informada de que a Secretaria da Saúde disse que o Transporte Sanitário Eletivo é destinado para usuários no âmbito SUS e que a equoterapia não é incluída nos serviços oferecidos pelo Sistema Único de Saúde.
“Desta forma, o município não é obrigado a oferecer este transporte, mas vem oferecendo gratuitamente aos pacientes quando da necessidade de reabilitação. A Secretaria informa ainda que, recentemente, houve uma situação atípica que inviabilizou o transporte por um único dia, mas que o serviço já está normalizado”, finalizou em nota.