Católicos, Espíritas e Evangélicos conversaram com o jornal A Cidade e comentam sobre o significado do feriado
Waldenir Cuin, Padre Gilmar e Pastor Paulo Henrique falam sobre as crenças de cada religião (Foto: Arquivo Pessoal)
Da redação
Neste sábado, milhares de brasileiros celebram o dia de Finados, visitando cemitérios e túmulos de familiares e amigos que já se foram. Ao longo do tempo foram surgindo várias crenças.
A data embora possa ser parecida para alguns, não tem o mesmo significado para todos. O A Cidade entrou em contato com um católico, espírita e evangélico para explicar as tradições de cada doutrina religiosa.
De acordo com o Padre Gilmar Margotto, da Igreja Católica de Votuporanga, a comemoração dos falecidos lembra que a morte do cristão segue as pegadas de Cristo, como uma vitória sobre o pecado e a natureza humana.
“A morte nos leva para a vida plena, a glória, a ressurreição. A vida terrena é preparação para a vida do céu. Ao morrer, a pessoa se encontrará diante de tudo o que constitui objeto das suas aspirações mais profundas: encontrar-se-á diante de Cristo e será a opção definitiva, construída por todas as opções parciais da terra”, explicou o padre.
Já para o espírita Waldenir Cuin, diante da certeza de que a morte é apenas um fenômeno físico, a doutrina espírita não tem uma data específica para lembrar aqueles que partiram. “Para nós, os entes queridos estão vivos em outra dimensão, portanto a nossa ideia é de que devemos lembrar-nos deles todos os dias, através das coisas boas que fizeram conosco, as lembranças agradáveis”, explicou Cuin.
O espírita ainda frisou que para eles os mortos não estão mortos, eles estão ausentes. “Nossos entes queridos, estando ausente, a lembrança deve ser constante, então nós nos lembramos deles com as nossas preces qualquer dia, qualquer data e em qualquer oportunidade”, finalizou.
O A Cidade entrou em contato também com o pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil, Paulo Henrique Sales Lima, que comentou que as igrejas Evangélicas de um modo geral não reconhecem o feriado de Finados.
“A Igreja Evangélica não compreende que exista na bíblia uma orientação para que se faça isso, na verdade o Dia de Finados foi uma proposta da Igreja Católica, conseguindo colocar no calendário nacional, baseada na doutrina que os católicos têm do purgatório, aquela ideia de que quando morre alguém a gente deve fazer missas de sétimo dia e acender velas”, explicou o pastor Paulo.
Ainda de acordo com o pastor, essas tradições não estão na Bíblia como princípio, e por conta disso, os Evangélicos não reconhecem o Dia de Finados como um dia que devemos dedicar a nossa atenção aos mortos.
“Isso não significa que a Igreja Evangélica não respeita e não considera os nossos entes queridos, amigos e parentes que faleceram, a gente trata com muito respeito, mas acreditamos que o corpo desta pessoa que morreu, precisa ser sepultada com toda honra e reconhecimento de quem foi àquela pessoa aqui na terra, nós não intercedemos por aquela alma. A nossa religião crê na ressurreição, mas não intercedemos pela aquela alma que está ali, a gente crê que quando existe a morte física, segue só o juízo, não tem como mais orar por aquela alma”, finalizou Paulo.
(Colaborou: Lígia Ruiz)