Na terça-feira (23), a família proprietária do Restaurante do Filó postou um comunicado numa rede social anunciando o fechamento do local
Restaurante do Filó, muito conhecido em Votuporanga, anunciou ontem seu fechamento por conta da crise trazida pela pandemia do coronavírus (Imagens: Reprodução/Redes sociais)
Pedro Spadoni
pedro@acidadevotuporanga.com.br
O conhecido Restaurante do Filó, que ficava na avenida Vale do Sol, agora entra para a lista de estabelecimentos de Votuporanga que fecharam as portas por conta da crise trazida pela pandemia de Covid-19. Na terça-feira (23), a família proprietária do restaurante postou um comunicado numa rede social anunciando o fechamento do local.
Segundo a família, o fechamento se deu por conta das medidas restritivas decretadas recentemente pelos governos estadual e municipal.
"Devido às restrições seletivas impostas por decretos que inviabilizam totalmente nossa operação, que prejudicam principalmente as pequenas empresas e as pessoas mais necessitadas, e por luto as milhares de vidas perdidas por má gestão pública de recursos, optamos por suspender nossas atividades", disse a família no comunicado.
O jornal
A Cidade conversou com Luana Filó, filha do proprietário do restaurante, Valcir Filó. Ela contou que agora o restaurante está à venda e que seus pais trabalharam no ramo de restaurantes e eventos em Votuporanga por 21 anos.
"Em todas as crises, eles trabalharam sempre mais ou diferente, para superar as dificuldades. Desta vez, não foi diferente, mas eles decidiram se aposentar", contou a filha.
Razões
Entre os motivos que levaram ao fechamento do restaurante, a família relatou desgaste e até "tortura emocional".
"É indescritível o desgaste e tortura emocional quando você, como comerciante, não pode servir seu cliente, mesmo cumprindo todos os protocolos de distanciamento e segurança exigidos", conta a família.
A filha acrescentou que a decisão de encerrar as atividades foi motivada, principalmente, pela questão emocional dos pais.
"O que pesou não foi nem as vendas, que eram relativamente boas aqui, dado a situação. O que pesou na decisão foi o emocional", contou Luana ao
A Cidade.
O comunicado também aponta que a família acredita que o direito ao trabalho, dignidade e à vida deveriam ser para todos, independente de classe social ou setor da economia.
"O vírus existe e mata. O sistema de saúde está sim sobrecarregado. Mas, é necessário coerência, principalmente de autoridades municipais e estaduais. Todos os trabalhos e pessoas são essenciais. Estão escolhendo quem ou quais empresas deixar morrer. Medidas de restrições são necessárias, assim como uso de máscara, mas tem que haver bom senso, não favorecimento", apontou Luana.
Por fim, a família agradeceu a compreensão e o apoio aos clientes e à equipe.
"Desejamos muita saúde, sabedoria e esperança para enfrentar com lucidez momentos como este", finalizaram.