O juiz apura suspeitas de subfaturamento no contrato da instituição com a Universidade Brasil
Internato em Fernandópolis volta a ser alvo de polêmica; Justiça vai comparar os valores pagos em Votuporanga com os da cidade vizinha (Foto: Oextra.net)
Franclin Duarte
franclin@acidadevotuporanga.com.br
O juiz da 2ª Vara Criminal de Fernandópolis, Vinícius Castrequini Bufulin, requisitou informações sobre o contrato entre a Santa Casa de Votuporanga e a Unifev relacionado ao internato dos alunos do curso de medicina. Bufulin é o responsável pela intervenção na Santa Casa de Fernandópolis e apura suspeitas de subfaturamento no contrato da instituição com a Universidade Brasil.
Para a audiência foram chamados a secretária da DRS XV, o provedor da Santa Casa de Votuporanga, Luiz Fernando Góes Liévana, o administrador judicial da Santa Casa Fernandópolis, Marcus Chaer, além de um representante do Ministério Público.
“A audiência servirá aos propósitos de melhor aferir a solução a ser dada para a renovação ou não do contrato com o IACOR, bem como permitirá, desde logo, que se apure a realidade que a Santa Casa de Votuporanga vive com o internato da Faculdade de Medicina de Votuporanga, já que, ao que parece, a vítima Santa Casa de Fernandópolis também vem sofrendo com inadimplementos da Universidade Brasil, que mantém o internato de seus alunos no hospital”, disse o juiz.
De acordo com números levantados pela imprensa de Fernandópolis, a Universidade Brasil paga para a Santa Casa Fernandópolis R$ 60 mil fixos mais um valor por aluno, ou seja, um contrato anual de cerca de R$ 1 milhão.
A Unifev, por sua vez, firmou um contrato de quase R$ 13 milhões com a Santa Casa de Votuporanga entre agosto de 2016 e dezembro de 2019, já abrangendo melhorias no hospital, os investimentos com as preceptorias médicas, material de consumo e limpeza, o que representa cerca de R$ 4 milhões por ano de investimentos.
Outro lado
Em nota, a Universidade Brasil afirma que não está inadimplente com a Santa Casa de Fernandópolis e que todos os compromissos financeiros relativos a seu contrato estão em dia.
“Os pagamentos são feitos de acordo com contrato de prestação de serviço e dentro dos valores praticados no mercado, por aluno e por rotação. A Universidade também faz o pagamento para os preceptores e fornece equipamentos de proteção individual, independentemente do contrato firmado com a Santa Casa”, diz o documento.