Soldado Marchioto atua nas linhas de frente contra a criminalidade pela Polícia Militar de Votuporanga
Ela concilia a rotina da Polícia Militar em Votuporanga com os trabalhos domésticos há três anos (Foto: A Cidade)
Franclin Duarte
franclin@acidadevotuporanga.com.br
Neste sábado (1º) é comemorado em todo o Brasil e em alguns outros países pelo mundo o Dia do Trabalhador. A data foi escolhida em homenagem ao esforço dos trabalhadores dos Estados Unidos, que, num sábado, 1º de maio de 1886, foram às ruas das maiores cidades do país para pedir a redução da carga horária e melhores condições de trabalho.
Para se ter uma ideia, era comum que, naquela época, as pessoas trabalhassem 100 horas por semana, o equivale a uma média de 16 horas por dia, em seis dias da semana. Depois das manifestações, a carga horária caiu para 8 horas diárias.
A luta por direitos trabalhistas dos americanos logo ganhou o mundo. Em 1890, os europeus também passaram a fazer manifestações e greves no dia 1º de maio. Atualmente, o Dia do Trabalhador é celebrado em mais de 80 países, inclusive o Brasil, onde se tornou feriado nacional desde 1925.
Para celebrar a data, o jornal
A Cidade preparou uma reportagem especial com pessoas que, literalmente, arriscam suas vidas para desempenhar suas funções. São votuporanguenses que todos os dias encaram uma profissão de risco para levar o sustento para casa. Confira:
Policial militar
Debaixo da farda cinza e do brasão do Estado de São Paulo está Geisemara Marchioto Sanches Souza, de 34 anos. Natural de Estrela D’Oeste, ela vive há três anos a rotina diária da Polícia Militar em Votuporanga. É conciliando os trabalhos domésticos, a rotina familiar com o esposo Wesley Soares e o filho Guilherme Sanches Souza, que segue com o trabalho que sempre sonhou, se arriscando nas trincheiras do combate à criminalidade.
A soldado Marchioto atua hoje junto aos combatentes nas operações no município. Mas sua trajetória em busca do sonho começou muito antes, aos 22 anos, quando ingressou pela primeira vez no concurso, mas não foi aprovada. A vida seguiu, ela se casou e tomou novos rumos.
Aos 29 anos, uma simples publicação de convite para o concurso da PM fez com que ela olhasse as lentes da vocação e se recordar do sonho de se tornar policial. “Me deu aquele choque quando eu vi, pensei que era agora ou nunca e isso me despertou, prestei concurso”, disse ela.
Marchioto passou no concurso com 29 anos, cumpriu as etapas com 30 anos e aos 31 começou o curso. Hoje, após anos ela vive a realização de um sonho, em uma das linhas de frente mais perigosas, a da segurança pública. “É desafiador, ao mesmo tempo em que é prazeroso, é difícil, mas a sensação de poder ajudar as pessoas é incrível", relatou.
A vida de uma policial é cheia de vivências, principalmente, por estar nas ruas e ter o trabalho baseado nos riscos que nela acontecem. Marchioto destaca que não consegue definir nenhuma situação que tenha marcado sua vida na polícia, pelo menos ainda, mas que ocorrências que envolvem crianças e mulheres sempre são particulares.
"No dia a dia você vê muitas situações e pessoas que precisam de ajuda. Quando é situação com mulher e criança, parece que toca a gente. Em casos de violência doméstica, por exemplo, você vê que quando a gente chega e é uma mulher atendendo a ocorrência da mulher já vem em sua direção, porque ela se identifica e acha que você vai ser a solução para ela, e com crianças a mesma coisa. Esses tipos de ocorrência são sempre algo que parece que a gente pensa que nem somos tão importantes, nesse tipo de situações que vemos a diferença”, completou.
*Colaborou Fernanda Cipriano, estagiária sob supervisão