Wander Solgon revelou que a polícia se aprofundou nas investigações a partir de contradições no depoimento do sócio Cláudio Yuri Baptista
Dois suspeitos estão temporariamente presos pela morte do advogado votuporanguense Thui Seba
Da redação
Em entrevista coletiva
à imprensa, na manhã desta segunda-feira (21), o delegado da DIG (Delegacia de
Investigações Gerais) de São José do Rio Preto, Wander Solgon, apresentou os
detalhes sobre a investigação do assassinato do advogado votuporanguense Thui
Seba, de 32 anos, filho do secretário de Planejamento Jorge Seba.
Thui foi morto a tiros
no dia 19 de julho na avenida Mirassolândia, na Zona Norte de Rio Preto. No
último sábado, a polícia efetuou a prisão temporária de dois suspeitos de participação
no homicídio, entre eles o sócio do advogado votuporanguense, Cláudio Yuri
Baptista, de 27 anos, que segundo as investigações é apontado como mandante do
crime. O outro suspeito, também preso, é Keyssel Eduardo de Oliveira, de 39
anos, conhecido como “Boiadeiro” e apontado como autor dos disparos que tirou a
vida de Thui Seba.
De acordo com o delegado
Wander Solgon, a polícia sempre trabalhou com a hipótese de motivação
financeira pelo assassinato. “Havia um seguro cruzado entre eles, um era
beneficiário do outro. Existia movimentação financeira na empresa e tal. Tudo
indica isso. Não há nada que indica que seja uma coisa passional. A gente
apurou que existia uma divergência entre os dois na condução da empresa, mas
nada que fosse muito sério. Então, aparentemente, a motivação é financeira”,
afirmou o delegado. Wander Solgon ainda complementou que não há relatos ou
registros que Thui Seba tenha sofrido ameaças de morte anteriormente ao crime.
Investigação
O delegado responsável
pelo caso revelou que a polícia se aprofundou nas investigações a partir de
contradições no depoimento do sócio Cláudio Yuri Baptista. “Ele deu um
depoimento bastante extenso e as investigações apontaram uma série de
divergências do que ele tinha falado pra gente. Coisas do tipo como com quem
ele falou, o trajeto que ele fez, etc. A partir disso ele começou a ser
investigado com mais cuidado”, explicou Wander Solgon.
O delegado contou que
depois que a polícia conseguiu autorização para quebra de sigilo de Cláudio
Yuri Baptista descobriu-se que na data anterior ao homicídio o mesmo manteve
contato telefônico por pelo menos quatro ou cinco vezes com um telefone
estranho. “As investigações avançaram e descobrimos que o número pertencia a um
rapaz de alcunha de ‘Boiadeiro’, que tem fama de ser matador de aluguel.
Monitorando mais cuidadosamente este “Boiadeiro” descobrimos que no dia do
crime ele esteve nas proximidades do local homicídio”, detalhou o delegado.
Prisões
Com as provas em mãos,
a polícia conseguiu da Justiça um mandato de prisão temporária dos dois
suspeitos na última quarta-feira (16), mas a prisão foi efetuada somente no
sábado (19). “O Yuri (sócio) estava para São Paulo, não vou usar o termo
foragido porque isso seria se ele já soubesse que estava sendo procurado, mas
ele tinha ido a São Paulo e não deixou endereço e nada. Tivemos uma grande
dificuldade de localização, mas conseguimos por intermédio dos parentes. Então
solicitamos que ele comparecesse a delegacia no sábado, até com a desculpa de
ouvi-lo novamente, e efetuamos a prisão temporária. E simultaneamente também
prendemos o ‘Boiadeiro’ em outro local”, afirmou o delegado.
Versões
Na delegacia, de
acordo com Wander Solgon, os dois apresentaram versões diferentes do crime. “O ‘Boiadeiro’
nega totalmente a participação e diz que não sabe o que está acontecendo. Já o
Yuri (sócio) admite que conhece o ‘Boiadeiro’ e sabe que ele é matador de
aluguel. Ele fala que foi atrás do ‘Boiadeiro’ a pedido de Thui Seba, que
precisava de um serviço dele para cobrar uma dívida. O Yuri fala que eles
combinaram de se encontrar para fazer o acerto e lá teve uma discussão do valor
que seria pago e em razão disso o ‘Boiadeiro’ matou a vítima. Uma versão que na
minha opinião até agora não tem nada que suporta, para não usar o termo de
mentirosa”, esclareceu o delgado.
Os dois suspeitos
ficarão presos inicialmente pelo período de 30 dias para que a polícia prossiga
as investigações no sentido de concluir o caso. O prazo pode ser prorrogado
pela Justiça caso a polícia precise de um tempo maior para elucidação do crime.