Ao abrir meu WhatsApp em uma manhã, encontrei uma mensagem em um dos grupos de que faço parte que me provocou, veio de uma pessoa amiga com quem pude conviver por um curto período, mudei, ou melhor, fui mudado de local de trabalho.
A mensagem original foi a seguinte:
RITA: “O lado bom de morar sozinha é que se demorar no banheiro ninguém vai bater na porta e perguntar: “MORREU AI DENTRO? ”. Mas o lado ruim é se você tiver morrido.
Além do lado humorístico que a mensagem pretendeu oferecer, continuamos o diálogo:
EU: “A pior solidão é aquela que você sente mesmo estando rodeado de pessoas, especialmente aquelas que se entendem como seres superiores...”
RITA: “Verdade, eu sempre estou em ótima companhia mesmo estando só!”
EU: “Conheci uma pessoa que, mesmo sozinha, estava mal acompanhada... já se foi”
RITA: “Olha, tem dia que eu me brigo, tem dia que eu me amo, tem dia que me ignoro, olha, são tantas coisas que vivo comigo mesma que só vendo, viu”
O diálogo mostra a complexidade da vida, especialmente aquela que o tempo de existência vai suprimindo as pessoas que nos acompanham, convivem e sobrevivem. Nem todas ou todos conquistam seguir vivendo com a presença do avanço da idade e a natural redução das presenças, ainda que conflituosas ou de difícil convivência.
Às vezes, nós mesmos somos os responsáveis pelas dificuldades em manter relacionamentos saudáveis ao longo da vida. Isto me faz lembrar a figura de um personagem de histórias em quadrinhos, O URTIGÃO, espécime especializado em criar dificuldades com a proximidade, convivência e relacionamentos.
Em outubro de 1964, os leitores de banda desenhada Disney descobriam esse personagem que na versão brasileira se chamaria Urtigão, um camponês que vivia no Brejo das Urtigas, nos arredores de Patópolis, rabugento, intolerante e de nenhum amigo.
Este diálogo encontrou respaldo nas falas do professor Doutor José Martins Filho, que tem discutido a importância de viver intensamente todos os momentos da vida. Em um de seus vídeos, se coloca como pediatra que passa a discutir a velhice, melhor diria a “idosidade” e suas inúmeras semelhanças com o início da vida.
A sapiência em viver intensamente todos os momentos da vida é um conhecimento e prática que esperamos poder manter até o fim.
Por último, vale a pena citação do saudoso professor Antônio Boaventura da Silva: “Você deve morrer jovem o mais tarde possível”. Vamos nessa!!!!