As inscrições para o concurso são gratuitas e encerra dia 31 de outubro, próxima quinta-feira
Neste ano, o projeto de extensão, que está acontecendo o ano inteiro, chama “Desconstruindo Padrões” (Foto: IFSP Votuporanga)
Da redação
O Campus Votuporanga do IFSP (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo) irá realizar mais uma edição do Concurso de Beleza Negra, que ocorrerá no dia 22 de novembro, às 19h, no anfiteatro da unidade. As inscrições são gratuitas e encerra dia 31 de outubro, próxima quinta-feira.
Depois da edição de estreia, em 2018, a iniciativa inspirada no campus Três Lagoas do IFMS busca se consolidar como atividade de extensão.
Neste ano, o projeto de extensão, que está acontecendo o ano inteiro, chama “Desconstruindo Padrões”. Com uma estrutura diferente, o candidato precisa apresentar uma dança, uma poesia, um canto ou uma gastronomia, na qual ache mais interessante para a apresentação.
Podem participar estudantes de Ensino Médio autodeclarados negros de escolas públicas e particulares do município de Votuporanga. O objetivo geral do concurso é elevar a autoestima desses estudantes.
De acordo a organizadora do concurso deste ano, Tatiane Salles, é muito importante valorizar a população negra. “O concurso da beleza negra é uma forma de disseminar e difundir o conhecimento sobre a cultura afro-brasileira”, explicou a bibliotecária.
O coordenador técnico-administrativo do Instituto Federal, Augusto Miceno, que coordenou o concurso do ano de 2018, explicou que para vencer o jovem não precisa necessariamente ser magro ou alto. “O estudante está ali para concorrer, mas não precisa necessariamente ser negro magro, alto ou bonito, ele precisa responder corretamente as perguntas dos jurados e fazer uma ótima apresentação cultural”, explicou.
De acordo com o ganhador do ano de 2018, André Ribeiro, de 17 anos, o concurso mudou a sua autoestima. “Participar e ganhar me ajudou a perceber que eu precisava me amar como eu era e me cuidar mais. Acredito que existem vários casos parecidos com o meu, onde o padrão acaba não sendo atingido e interferindo bastante na vida pessoal”, contou André.
Para quem quiser patrocinar o evento, as propostas podem ser realizadas até o dia 11 de novembro, incluindo alimentação para camarim, kit de premiação, entre outros itens.
A bibliotecária, Tatiane Salles, concluiu que viver em um país racista como o Brasil não é fácil e é um processo extremamente doloroso. “Se a valorização de suas raízes for enaltecida teremos mais negros empoderados de sua negritude e de sua cultura, a qual por muitos anos foi dita como ruim”. (Colaborou: Lígia Ruiz)