Os números foram divulgados nesta quarta-feira (27) pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia
O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados é o principal indicador de criação de empregos com carteira (Marcello Casal/Agência Brasil)
Daniel Castro
daniel@acidadevotuporanga.com.br
Os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostram que mais de 1.200 pessoas foram demitidas em um mês em Votuporanga, um dos maiores índices da história, o que certamente ocorreu por conta da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (27) pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia.
Somente no mês de abril, a cidade registrou 1.264 demissões e 524 admissões, resultando em um saldo de -740 vagas de emprego. Ainda conforme dados do Caged, em janeiro a cidade apresentou saldo positivo de 43 vagas, assim como em fevereiro, de 347, e março, de 57 vagas, no entanto a queda de abril foi brusca, -740.
No acumulado do ano, Votuporanga tem 3.698 admissões e 3.991 desligamentos, apresentando um saldo de -293 postos de trabalho.
O principal indicador de criação de empregos com carteira assinada, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados passou a ser divulgado com dois meses de defasagem. O intervalo maior decorre da migração do Caged para o Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial), que entrou em vigor em janeiro. Até então, as contratações e as demissões eram registradas no Caged até o dia 7 do mês seguinte. No eSocial, o prazo foi aumentado para o dia 15 do mês seguinte.
Em janeiro, as empresas privadas passaram a registrar as contratações e as demissões no eSocial, em vez de inserirem os dados no Caged e na Relação Anual de Informações Sociais (Rais). Os órgãos públicos e as entidades internacionais migram para o sistema eletrônico nos próximos meses. Segundo o Ministério da Economia, a expectativa é de que ninguém mais precise preencher o Caged em 2021 e a Rais em 2022.
Houve mudança também no sistema para busca dos dados do Caged. Anteriormente, era possível encontrar os números divididos por área de atuação (comércio, indústria, serviços, entre outros). Agora, porém, só foi possível levantar as estatísticas de contratação e demissão.
Nacional
As demissões superaram as contratações com carteira assinada em 860.503 postos de trabalho, em abril. Foram 1.459.099 desligamentos e 598.596 contratações. O saldo de abril foi o pior da série histórica iniciada em 1992. Segundo o Ministério da Economia, os dados mostram que a queda no número de contratações contribuiu de forma expressiva para o saldo negativo de empregos formais.
Enquanto as demissões tiveram um incremento de 17,2%, as admissões caíram 56,5% na comparação com abril de 2019. Em valores nominais, São Paulo teve o pior desempenho, com saldo negativo (mais demissões do que contratações) de 260.902. O estado é seguido por Minas Gerais com 88.298 demissões (descontadas as contratações); Rio de Janeiro, 83.626, e Rio Grande do Sul, 74.686.