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Sindicato pede que Câmara de Votuporanga não vote projeto: ‘querem pegar dinheiro da nossa aposentadoria’
O diretor e secretário geral do Sindicato dos Servidores Municipais, Thiago Rogeri da Silva, concedeu entrevista ao jornal A Cidade
publicado em 09/07/2020
Diretor do Sindicato, Thiago Rogeri da Silva, diz que a classe é contrária ao projeto que suspende os repasses ao Votuprev
Franclin Duarte
franclin@acidadevotuporanga.com.br
O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Votuporanga enviou um ofício a todos os vereadores pedindo para que o projeto que suspende os repasses patronais da Prefeitura ao Votuprev não seja colocado em votação. Uma sessão extraordinária está marcada para hoje, às 10h, para a apreciação da iniciativa.
O documento traz cinco questionamentos elencados pela classe que, para eles, não justificam o pleito da administração municipal. Ele é assinado pelo diretor e secretário geral do sindicato, Thiago Rogeri da Silva, que é o representante legal da entidade de classe na ausência de seu presidente (afastado em razão da pandemia).
Em entrevista ao jornal A Cidade, Thiago afirma que a classe vem acumulando uma série de perdas, em especial na pandemia, e agora ainda querem “pegar dinheiro da aposentadoria dos servidores”.
“Já não vamos ter reajuste da inflação, não vamos ter o PRE, o adicional por tempo de serviço será congelado, os funcionários da Saúde não estão podendo tirar férias e nem abonar e aí você junta toda essa carga emocional de trabalhar com o vírus, mais as perdas que tivemos e agora vem esse projeto para pegar dinheiro emprestado da nossa aposentadoria?”, disse.
Ainda segundo ele, tal iniciativa trará consequências prejudicais à longo prazo para todos os servidores.
“Nesse momento não vai fazer falta para ninguém, porém vamos deixar essa dívida para o próximo prefeito, mais os empréstimos que ele tem feito para obras que é de interesse político dele, que poderia ter sido parado, aí, depois, nós como servidores, vamos lá reivindicar um direito ou alguma melhoria e vamos ouvir que não pode porque a Prefeitura está endividada, que o orçamento está comprometido. Entenderam onde que esse projeto chega?”, completou.
Por fim, o representante de classe ainda reclamou da falta de diálogo com a atual gestão e disse que há outras formas de economizar do que mexendo na aposentadoria dos servidores municipais.
“Não foi apresentada uma planilha de gastos demonstrando a necessidade real, não teve conversa com o sindicato, não mostrou que realmente precisa desse dinheiro. Cortar gastos seria a melhor solução. É fim de mandato, poderia enxugar pastas e secretarias, mandar cargos comissionados embora e enxugar os gastos de outra forma e teríamos passado isso para ele se tudo fosse conversado e os ânimos do pessoal teriam sido acalmados, mas nesse contexto de muita perda e nada de diálogo, como sempre na gestão dele, não apoiamos mesmo e não vamos apoiar esse projeto de jeito nenhum”, concluiu.
Articulações
Em que pese a solicitação do Sindicato, fontes indicam que a iniciativa pode ser aprovada na sessão de logo mais. Ontem as articulações entre o Executivo e o chamado núcleo de apoio do prefeito na Câmara foram intensas, o que de pronto pode garantir ao menos sete votos favoráveis ao projeto.
Do outro lado, há seis vereadores que, em tese, seguem firmes na posição a favor dos servidores municipais. É o caso de Osmair Ferrari (PSDB), Hery Kattwilkel (PTB), Chandelly (Podemos), Marcelo Coienca (MDB) Sérginho da Farmácia (MDB) e Rodrigo Beleza (DEM).
Notícia publicada no site: www.acidadevotuporanga.com.br
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