Eleito com mais de 50% dos votos válidos, disse que irá manter diálogo com oposição para assuntos de interesse de Votuporanga
Jorge Seba esteve ontem nos estúdios da Cidade FM para sua primeira entrevista como prefeito eleito (Foto: A Cidade)
Franclin Duarte
franclin@acidadevotuporanga.com.br
A eleição acabou. Com 21.184 votos, o que corresponde a 50,88% do eleitorado que foi às urnas, Jorge Seba (PSDB) foi eleito e administrará Votuporanga pelos próximos quatro anos. Já nessa condição, de futuro prefeito, o tucano esteve ontem na
Cidade FM para uma entrevista e voltou a falar de união.
Em pouco mais de uma hora, Seba falou de seus principais desafios, suas prioridades assim que assumir o Executivo e sobre sua postura frente à oposição, que já declarou ter iniciado um projeto político para 2024. Apesar de ter maioria na Câmara, ele deve sofrer alguns embates no Legislativo, já que cinco dos vereadores eleitos vieram das coligações de seus adversários.
Jorge disse que está tranquilo quanto a isso e que uma oposição responsável é positiva para sua administração e que vai manter um diálogo aberto pelos interesses de Votuporanga.
Confira a entrevista na íntegra:
Quais prioridades o senhor adotará assim que assumir a Prefeitura de Votuporanga?
Recebemos com muita serenidade, muito respeito e humildade o resultado das urnas, que apontaram ali um caminho firme de que as nossas propostas foram aprovadas pela maioria da população e assim, democraticamente, vamos focar muito nelas. As principais, porém, são a geração de emprego e renda, e a proteção social como um todo.
O que mais lhe assusta ao assumir a Prefeitura: a situação financeira, que sabemos que a arrecadação é baixa, ou a pandemia que ainda está na cidade e que vem fechando empresas e causando desemprego?
A questão econômica sempre esteve presente na história de todas as cidades e já estamos acostumados a ter o cobertor curto, então isso não chega a nos assustar. Lógico que preocupa do ponto de vista de gestão quando se fala em diminuição de repasses, por exemplo, mas tenho certeza de que o Governo Federal e o estadual vão estar fazendo tudo que for possível para minimizar a questão econômica oriunda da pandemia. O que pessoalmente posso dizer é que o que preocupa um pouco mais é realmente a questão da pandemia, pois é uma doença desconhecida, os próprios cientistas e especialistas não têm ainda uma forma de combater, mas nós saberemos que, dentro da realidade do município, conseguiremos priorizar os que mais necessitam do Poder Público, e as empresas, na questão da defesa do emprego, saberemos atuar fortemente numa gestão responsável que vai trazer assim uma eficiência com os recursos públicos.
Sua coligação fez nove vereadores para a Câmara. Como que o senhor analisa a nova formação do Legislativo?
Quero aqui, antecipadamente, cumprimentar a todos os vereadores que foram eleitos na nossa coligação e mesmo aqueles que não estão na nossa coligação e merecem ocupar um lugar de destaque no Legislativo, com a democracia saindo vencedora. Da nossa parte posso já assegurar que, como sempre divulgamos, nossa principal meta é ter uma cidade unida novamente, voltar a sorrir, a ser uma cidade de maior diálogo. Já antecipo que sempre estaremos respeitando a independência dos poderes e, evidentemente, estaremos usando o diálogo na construção de uma cidade melhor.
Sabemos que ainda é cedo para falar de secretariado, mas já é possível adiantar algum nome? Vai diminuir alguma secretaria ou vai manter as atuais?
Confesso que ainda não começamos a pensar nisso. A gente se ocupou muito com a campanha e não tivemos tempo de pensar. O que posso dizer é que na nossa administração vamos ter um peso técnico, um perfil técnico, mas também olhar muito o perfil político. Vamos dimensionar primeiro qual vai ser o caráter de cada secretaria, como ela vai se articular com os outros e vamos entender já esse organograma nos próximos dias para podermos começar a pensar em nomes para preencher esse perfil técnico, mas também com viés político que pretendemos. Vamos ter uma diminuição sim. Ainda não temos uma noção de quantas e nem quais, mas serão menos sim.
Assim que o senhor recebeu o resultado das urnas já começou a falar em conciliação e união. Contudo, é possível crer que o senhor terá uma forte oposição, pois assim que saiu o resultado das urnas, um de seus adversários já disse que começava ali o projeto para 2024 e cinco dos 15 vereadores são de oposição. Como que o senhor pretende agir em relação a oposição?
Pelo princípio da democracia é sempre importante ter a oposição. A oposição é vigilante, fiscalizadora, mas é como eu disse, nós estaremos sempre fazendo propostas para o interesse público. A oposição responsável é importante no sentido de nos ajudar, inclusive a descobrir os caminhos. Ninguém é dono da verdade e esse é o tom que quero imprimir, o de união, não de remarmos sempre e dizer amém, mas de procurarmos sempre, através de espirito público, convergir em situações que muitas vezes nem o próprio partido ou coligação a gente encontra. A política se faz assim: é você ter a convergência de opiniões que leve efetivamente ao real interesse público. Nós, situação e oposição, devemos sempre pensar que a população é o objetivo maior.