A votuporanguense Alice da Silva Lima, de 82 anos, perdeu um filho em outubro do ano passado e outro anteontem para a doença
A mãe de onze filhos Alice da Silva Lima sepultou Paulo Cezar e Altair Pedro para a Covid-19 em Votuporanga (Foto: Arquivo Pessoal)
Fernanda Cipriano
Estagiária sob supervisão
fernanda@acidadevotuporanga.com.br
Diariamente a dona Alice da Silva Lima, de 82 anos, junta forças para seguir nas tarefas diárias, com a angústia e tristeza de ter perdido dois filhos para a Covid-19, em menos de seis meses. Mãe de onze filhos, ela vive hoje com a dor do luto e da perda repentina de Paulo Cezar e Altair Pedro.
Altair Pedro Alves de Lima, que completaria 52 anos no último dia 5 de fevereiro, foi a primeira vítima e faleceu no dia 8 de outubro do ano passado. Ele era morador do bairro Parque Residencial do Lago e por muitos anos desempenhou a função de cuidador de idosos. Ele deixou a filha Tainá Lima Sidinei, seus irmãos e a mãe.
Os familiares relataram ao A Cidade, que Altair era conhecido como “Pedrinho” e seu carisma, alegria e as brincadeiras que fazia eram suas marcas registradas e as lembranças que ficarão marcadas na memória dos que o conheceram. “Ele era uma pessoa contagiante, alegre e muito palhaça, todos conheciam ele por isso”, disse Rosilene Lima, uma de suas cunhadas.
Anteontem, Alice sepultou o filho Paulo Cezar de Lima, de 61 anos, ele tinha comorbidades, estava internado na UTI Covid da Santa Casa de Votuporanga. Paulo era caminhoneiro e morava no bairro Estação, na rua Presidente Costa e Silva. Ele deixa a companheira Rosilene, os filhos Viviane Lima, Rafael Silva, Alice Félix, Tarlon Félix, Cibely Costa e Raniery Silva.
Rosilene disse que a saudade fica, mas as boas recordações do companheirismo e respeito ficarão. “Ele foi um ótimo pai, um companheiro de todas as horas, nós éramos muito unidos e as boas lembranças ficarão em meu coração”, relatou ela.
Além das perdas, netos e outros familiares também pegaram a doença, inclusive, estiveram intubados em hospital. Outra filha de Alice, a Elenir Lima, também faleceu neste período, por infecção generalizada por conta de uma bactéria multi resistente
Sem muitas palavras para descrever o momento que está passando, dona Alice pede a conscientização e o cuidado redobrado neste período de pandemia.
“Estou muito sentida, angustiada e passando algumas tribulações, uma porção de filhos, sobrinhos, cunhadospassaram por isso em um período de 5 meses. Estou muito abatida, ainda doente, não posso andar, só Deus que sabe o que eu sinto, não tem palavras e nem explicação”, relatou.