Missas e cultos podem ocorrer com a presença dos fiéis, desde que sigam protocolos sanitários; plenário do STF ainda vai analisar a decisão
Decisão do ministro Kássio Nunes Marques libera realização missas e cultos presenciais; STF vai julgar decisão na quarta-feira (Foto: A Cidade)
Pedro Spadoni
pedro@acidadevotuporanga.com.br
Igrejas católicas e evangélicas de Votuporanga voltaram a realizar missas e cultos desde o domingo de Páscoa (4), respaldadas por uma decisão do ministro Kassio Nunes Marques, do STF (Supremo Tribunal Federal), que liberou a realização das celebrações religiosas no Brasil todo.
O padre Gilmar Margotto, responsável pela comunicação da Diocese de Votuporanga, explicou ao jornal
A Cidade que as igrejas católicas realizaram missas presenciais entre domingo e esta terça-feira (6), mas que os padres do município vão se reunir às 14h para decidirem se vão manter as igrejas abertas para celebrações presenciais.
"Nós marcamos uma reunião com o bispo e os padres para decidirmos se vamos continuar com a igreja aberta ou se vamos fechar, mesmo com a permissão. Diante de tudo isso, ainda vamos fazer uma avaliação para fazer algo pensado e com mais prudência", explicou o padre.
Algumas igrejas evangélicas também retomaram os cultos no domingo. A reportagem procurou o Apóstolo Saul Moreira Lima, que é presidente do Copaev (Conselho de Pastores Evangélicos de Votuporanga), mas não obteve retorno até o fechamento da edição.
Já Waldenir Cuin, dirigente do centro espírita Humberto de Campos e da Associação Beneficente Irmão Mariano Dias, disse ao
A Cidade que o mais prudente a se fazer no momento é manter as atividades religiosas presenciais suspensas.
"Nesse momento preocupante, onde são muitos os novos casos de Covid diariamente, achamos prudente que as atividades religiosas permaneçam suspensas. Agora é hora de colocarmos os templos no coração e nas atitudes. Podemos nos manter constantemente em preces, mesmo em nossas casas, pois Deus está em todo lugar", disse Cuin.
Decisão no STF
Em decisão no sábado (3), véspera da Páscoa, o ministro Kássio Nunes Marques liberou as celebrações religiosas presenciais em estados e município, desde que os cultos, missas e reuniões seguissem os protocolos sanitárias. A decisão atendeu o pedido da Anajure (Associação Nacional de Juristas Evangélicos).
Em seguida, o prefeito de Votuporanga, Jorge Seba (PSDB), publicou numa rede social que o município cumpriria o que tinha sido estabelecido pela decisão do ministro. Entre as regras de prevenção que as instituições e líderes religiosos devem seguir estão manter espaço entre assentos, com ocupação alternada entre fileiras de cadeiras ou bancos; exigir uso de máscara; disponibilizar álcool em gel e aferir a temperatura dos fiéis.
Ainda na rede social, Seba disse que uma norma que regulamentaria essa autorização do retorno das celebrações religiosas presenciais seria publicada na edição de ontem do Diário Oficial.
Porém, a Prefeitura mandou uma nota ontem ao jornal explicando que, juridicamente, o município não precisa publicar um decreto sobre essa autorização porque a decisão do ministro prevalece. Ou seja, não houve publicação oficial na segunda-feira por não haver necessidade.
Julgamento
Na segunda, em outras duas ações, o ministro Gilmar Mendes decidiu pelo fechamento de igrejas em São Paulo e teceu críticas sobre a liberação das cerimônias religiosas presenciais no atual momento.
Por conta dessas decisões conflitantes tomadas pelos ministros Marques e Mendes, o presidente do STF, Luiz Fux, decidiu incluir como primeiro item da pauta de julgamento desta quarta-feira (7) do plenário as ações relacionadas às celebrações presenciais de cunho religioso no país.