Todos os dias José Antonio Giretti Junior desenvolve seu trabalho nas alturas instalando e dando manutenção em torres
Poucos teriam a coragem de assumir o trabalho que o votuporanguense José Antonio Giretti Junior faz há mais de 20 anos (Foto: Arquivo pessoal)
Franclin Duarte
franclin@acidadevotuporanga.com.br
Neste sábado (1º) é comemorado em todo o Brasil e em alguns outros países pelo mundo o Dia do Trabalhador. A data foi escolhida em homenagem ao esforço dos trabalhadores dos Estados Unidos, que, num sábado, 1º de maio de 1886, foram às ruas das maiores cidades do país para pedir a redução da carga horária e melhores condições de trabalho.
Para se ter uma ideia, era comum que, naquela época, as pessoas trabalhassem 100 horas por semana, o equivale a uma média de 16 horas por dia, em seis dias da semana. Depois das manifestações, a carga horária caiu para 8 horas diárias.
A luta por direitos trabalhistas dos americanos logo ganhou o mundo. Em 1890, os europeus também passaram a fazer manifestações e greves no dia 1º de maio. Atualmente, o Dia do Trabalhador é celebrado em mais de 80 países, inclusive o Brasil, onde se tornou feriado nacional desde 1925.
Para celebrar a data, o jornal
A Cidade preparou uma reportagem especial com pessoas que, literalmente, arriscam suas vidas para desempenhar suas funções. São votuporanguenses que todos os dias encaram uma profissão de risco para levar o sustento para casa. Confira:
'Torrista'
Poucos teriam a coragem de assumir o trabalho que o votuporanguense José Antonio Giretti Junior faz há mais de 20 anos. Ele atua como “torrista”, e já teve que ficar a mais de 100 metros de altura, ou o equivalente a um prédio de 30 andares, pendurado apenas por cabos de aço e equipamentos de segurança.
José era o popular “faz tudo” e decidiu entrar na área ao ser convidado para instalar torres para rádio amador. Quando os serviços foram aumentando, tanto em quantidade, quanto em altura, ele procurou se qualificar.
"Quando eu comecei a mexer com torre, foi tipo um bico, então busquei apoio equipamento para não fazer besteira, porque se você der uma vacilada você não volta para contar", disse ele.
Com o tempo ele foi se especializando e se tornou o responsável pela instalação de dezenas de grandes torres na cidade e na região, uma delas, inclusive, foi instalada em Cardoso, para a irradiação das ondas da Cidade FM 88.5 daquela cidade.
Questionado se tem medo de seu trabalho, ele disse que não, pois já se acostumou, mas relata que não é para qualquer um, já que a tantos metros de altura o vento chacoalha a torre a todo instante.
"Eu gosto muito do que faço, porque se não gostar você não faz um negócio desses nunca. Pensa você subir em uma torre de 90 metros e do começo ao fim ela chacoalhar. Se subir sem ter peito e coragem, não dá certo, no segundo metro o cara já desiste”, concluiu.