O assunto foi tema de debate na sessão da Câmara Municipal desta semana e a maioria dos vereadores se diz favorável à proibição
Na tribuna, Fernando Mota de Souza e Katiane de Oliveira Lima, representantes do grupo “Direita Votuporanga”, pediram um projeto de lei para proibir o passaporte sanitário (Foto: A Cidade)
Da redação
A polêmica sobre o passaporte sanitário continua. Na sessão da Câmara Municipal de segunda-feira (21), Fernando Mota de Souza e Katiane de Oliveira Lima usaram a tribuna livre para pedir aos vereadores que elaborem um projeto proibindo a exigência do comprovante de imunização contra a Covid-19 no âmbito do município.
A discussão sobre o tema começou com a retomada das aulas, quando as escolas estaduais passaram a exigir, por determinação do Governo do Estado, o passaporte sanitário de todos os alunos. Ninguém foi proibido de frequentar as aulas por não estar vacinado, mas, conforme o grupo que esteve na Câmara, há relatos de constrangimento em algumas escolas.
Em sua fala, Fernando afirmou que não se trata de ser a favor ou contrário às vacinas, mas sim de impedir o cerceamento da liberdade e direito das pessoas.
“Se esse passaporte impedisse e ninguém mais pegasse ou transmitisse eu nem estaria aqui. O problema é que querem controlar as pessoas e colocar uma coleira e se permitirmos agora, não será fácil voltar atrás depois. Isso já ocorreu na história, como se fosse a rotulação de uma nova raça imunda: os não vacinados. Peço que analisem seriamente a possibilidade de se fazer um projeto de lei que proíba esse absurdo em Votuporanga”, disse.
Com a Casa lotada, a maioria dos vereadores se posicionou favorável à iniciativa, ou seja, contra a exigência do comprovante de vacinação. Os discursos seguiram a mesma tônica: “não sou contra à vacina, mas sim contra o passaporte”. Cada posicionamento do tipo foi agraciado com palmas.
Mas nem só de palmas foi a sessão. O vereador Jurandir Benedito da Silva, o Jura (PSB), foi vaiado ao divergir do tema. Como advogado, ele sustentou a tese de que o município não teria competência para apresentar tal projeto, tendo em vista uma norma superior a nível estadual.
As vaias, porém, vieram no momento em que ele afirmou que o público presente era negacionista. “A tribuna livre está aqui para isso, mas é preciso contestar esse grupo de negacionistas de Votuporanga, da direita reacionária, que defende o Bolsonaro abertamente. Vai ter eleição e nós vamos provar que aquele governo que vocês falam que é comunista foi o que mais contribuiu para a geração de coisas boas para a população. Nós temos coragem de enfrentar esse tipo de gente que vem aqui rasgar a ciência”, afirmou Jura.