Juny Figueredo, que é professor do curso de Economia da Futura, analisou o cenário e disse que maior preocupação é o preço do combustível
A invasão da Rússia à Ucrânia não está tão distante de Votuporanga do ponto de vista econômico, segundo Juny Figueredo (Foto: Reprodução/redes sociais)
Da redação
O mundo amanheceu, na quinta-feira (24), em estado de alerta com a notícia da invasão russa à Ucrânia. A principal preocupação não está diretamente atrelada à guerra em si, mas sim aos impactos econômicos dela, que resultou em queda nas principais bolsas de valores.
Para analisar os impactos na economia local com a invasão, o
A Cidade procurou o economista Juny Figueredo, que é professor do curso de Economia da Faculdade Futura de Votuporanga. Ele apontou que a maior preocupação é com o preço dos combustíveis que, quando começou a cair no Brasil, deve voltar a subir.
“A Rússia é um dos principais produtores de petróleo e de gás natural do mundo, praticamente todo gás usado na Europa é do Putin. Com a invasão, já subiu em 300% o valor. Então, o que podemos tirar disso é que a energia e o combustível vai subir com certeza, alguns lugares vai subir mais, como na Europa, em outros menos, mas vai haver uma elevação. Hoje mesmo o preço do petróleo já subiu”, disse ele.
E o pior, segundo ele, é que a reação será em cadeia. Com o aumento do combustível, todo o resto também tende a subir fazendo com que a inflação que já estava alta como reflexo da pandemia, suba ainda mais, o que será sentido no bolso de todos.
Outro fator complicador está ligado ás relações comerciais do Brasil com a Rússia. Logo após a invasão muitos cobraram uma posição mais dura do país, mas o economista explicou que isso poderia custar caro para a economia nacional.
“A Rússia é uma das principais parceiras de Commodities do Brasil, pois como eles possuem pouco espaço agricultável eles compram muita comida da gente, então o país não pode ser muito incisivo, pois muitos contratos nossos podem ser quebrados o que atrapalharia ainda mais a economia nacional”, completou.
Por fim, Juny Figueredo disse não acreditar em uma 3ª Guerra Mundial como se chegou a comentar, justamente por conta dos interesses econômicos, mas afirmou que em caso de uma, haveria não apenas um desastre econômico no mundo, mas sim um caos social.