Léo Lins foi condenado a 8 anos e 3 meses de prisão em regime fechado por conta de suas piadas
Léo Lins é considerado o humorista mais polêmico do Brasil na atualidade (Foto: Divulgação)
Daniel Marques
daniel@acidadevotuporanga.com.br
O humorista Léo Lins, conhecido por suas piadas controversas que já o levaram a ser diversas vezes “cancelado” nas redes sociais e recentemente condenado pela Justiça por discursos considerados discriminatórios, se apresentará em Votuporanga com seu show “Enterrado Vivo”. A apresentação está marcada para o dia 14 de setembro, no Centro de Convenções, e faz parte de sua turnê nacional que continua a provocar debates sobre os limites do humor e da liberdade de expressão.
“O humor mais ácido do Brasil vai passar por aqui. Esse é o tipo de show que você só acredita vendo – e que muita gente vai perder por deixar pra depois”, destacam os promotores do evento.
Léo Lins foi condenado a 8 anos e 3 meses de prisão em regime fechado por ter proferido, durante seu show de stand-up “Perturbador” (gravado em 2022 e que chegou a 3 milhões de visualizações no YouTube), piadas consideradas discursos de ódio e discriminação contra diversos grupos – incluindo negros, idosos, gordos, pessoas com HIV, LGBTQIA+, indígenas, evangélicos, judeus, nordestinos e pessoas com deficiência.
A Justiça Federal da 3ª Vara Criminal de São Paulo entendeu que, embora feitas sob o pretexto de humor, as falas ultrapassaram os limites da liberdade de expressão ao promoverem estereótipos e incentivarem a intolerância.
Além da pena de prisão, ele foi multado em 1?170 salários mínimos (aproximadamente R$?1,4 milhão) e também condenado a pagar R$?303,6 mil por danos morais coletivos.
A fundamentação jurídica incluiu a aplicação da Lei de Combate ao Racismo (Lei 7.716/89) – com aumento de pena por uso de mídia e ambiente artístico – e do Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/2015).
Os agravantes considerados pela juíza foram a ampla difusão do vídeo na internet, o fato de as piadas terem atingido múltiplos grupos vulneráveis e terem ocorrido num contexto de “recreação e diversão”, conforme previsto na legislação, o que reforçou a percepção de influência negativa nos espectadores.
Embora a condenação seja em primeira instância, cabem recursos. Até que a decisão transite em julgado, Léo Lins permanece em liberdade. Mas o teor da sentença ressalta que, para a Justiça, o humor não pode servir como escudo para práticas que violam a dignidade humana e fomentam discursos discriminatórios.
Nova polêmica
A mais nova polêmica de Léo é por conta da piada sobre o tratamento de câncer da cantora Preta Gil. “A Preta Gil veio me processar por causa de uma piada de anos atrás. Três meses depois que chegou o processo, ela apareceu com câncer. Bom, parece que Deus tem um favorito. Acho que ele gostou da piada. E pelo menos ela vai emagrecer”, disse em um dos momentos do recente show em São Paulo. A cantora já moveu um processo por danos morais contra o humorista em 2019.