O levantamento aponta um volume expressivo de compromissos agendados que não foram cumpridos pelos pacientes
Avisar com antecedência em caso de impossibilidade de comparecimento é essencial para o bom funcionamento da saúde pública (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)
Daniel Marques
daniel@acidadevotuporanga.com.br
Em Votuporanga, o número de ausências em exames e consultas agendadas no sistema de saúde municipal tem chamado a atenção. Dados apurados pela reportagem do jornal
A Cidade revelam que, somando as faltas tanto em exames quanto em consultas, o total de ausências chega a 80.489 registros.
O levantamento se refere aos seis primeiros meses de 2025 e aponta um volume expressivo de compromissos agendados que não foram cumpridos pelos pacientes.
Apesar da magnitude do número, é importante destacar que ele não representa a quantidade exata de pessoas que deixaram de comparecer. Isso ocorre porque muitos dos agendamentos referem-se a pacientes que faltaram mais de uma vez, gerando múltiplos registros de ausência atribuídos ao mesmo indivíduo. A recorrência de faltas por parte de um mesmo paciente contribui significativamente para o montante final.
As ausências geram impacto direto na dinâmica do sistema de saúde pública, interferindo no planejamento de atendimentos e na eficiência dos serviços oferecidos à população. Com o alto volume de faltas, o aproveitamento da estrutura disponível – incluindo profissionais, equipamentos e horários reservados – acaba comprometido. A situação tem motivado discussões sobre a necessidade de estratégias que incentivem a presença dos pacientes ou viabilizem o reagendamento antecipado dos compromissos.
O número de ausências registrado serve como indicativo da importância de ações voltadas à conscientização da população sobre os impactos das faltas nos serviços de saúde e na qualidade do atendimento oferecido à comunidade.
Recentemente, o
A Cidade mostrou com exclusividade que a ausência de pacientes que marcam consultas na rede pública de saúde e não comparecem sem aviso prévio representa um sério problema para o sistema. Essas faltas comprometem o aproveitamento adequado das agendas médicas, desperdiçando recursos e tirando a oportunidade de atendimento de outras pessoas que realmente precisam. Além disso, atrasam diagnósticos e tratamentos, sobrecarregam as filas de espera e dificultam o planejamento eficiente dos serviços. Em Votuporanga, somente nos seis primeiros meses do ano, mais de 22 mil pessoas marcaram consultas, porém faltaram.
Ao todo, Votuporanga possui 14 Unidades Básicas, que são compostas por 35 Equipes de Saúde. Quando uma pessoa agenda um atendimento e não comparece, profissionais, equipamentos e salas ficam ociosos, mesmo com alta demanda. Pacientes que faltam sem aviso geralmente voltam a agendar, ocupando novamente vagas e dificultando o acesso de novos usuários. Cada ausência representa uma vaga desperdiçada que poderia ter sido usada por outro paciente. “Isso prolonga o tempo de espera para quem precisa iniciar o tratamento. O absenteísmo compromete a capacidade do serviço de resolver os problemas de saúde da comunidade, gerando tratamentos incompletos e recorrência de casos urgentes. Esse comportamento afeta não só o paciente que faltou, mas toda a rede de usuários que depende do SUS para cuidar da saúde”, explica a Secretaria Municipal da Saúde.
Os especialistas da área da saúde destacam que avisar com antecedência em caso de impossibilidade de comparecimento é um gesto simples, mas essencial para o bom funcionamento da saúde pública.