Em fevereiro, um morador invadiu a sede do Legislativo com uma caminhonete, o que levou vereadores a pedirem mais segurança
Em fevereiro, um morador invadiu a Câmara com sua caminhonete e, desde então, vereadores cobravam a contratação de seguranças (Foto: Arquivo pessoal)
Franclin Duarte
franclin@acidadevotuporanga.com.br
A Câmara Municipal de Votuporanga homologou ontem a contratação de uma empresa especializada em serviços de segurança patrimonial desarmada. A medida se deu após vereadores pedirem mais segurança para trabalhar depois que um morador, revoltado, invadiu a sede do Legislativo com sua caminhonete, partiu para cima de alguns edis e descarregou uma série de ofensas.
A confusão o correu em fevereiro. Na ocasião, um comerciante local, aparentemente em surto, teria se revoltado com uma série de questões pessoais e também envolvendo serviços públicos, como a demora para uma consulta médica.
Ele então entrou em sua caminhonete, uma GM/S10, e seguiu para a Câmara, onde subiu a calçada e avançou pela porta de vidro, que só não se quebrou porque é automática e abriu quando o veículo se aproximou. As rodas, no entanto, chegaram a ficar para o lado de dentro do saguão de entrada do Poder Legislativo.
O homem, então, desceu do carro e começou a ofender os vereadores que encontrou pela frente, dentre eles Chandelly Protetor (hoje secretário de Bem-Esta Animal), o Sargento Marcos Moreno (PL) e Cabo Renato Abdala (PRD). Descontrolado, ele ainda teria partido para cima dos parlamentares e ao ser repreendido, teria tentado agredir Cabo Renato, que é ex-policial militar e utilizou técnicas de imobilização para contê-lo.
A Polícia Militar foi acionada e compareceu ao local. O caso foi registrado como desinteligência e o morador liberado em seguida. O caso em si não trouxe grandes problemas, mas, desde então, os vereadores cobravam mais segurança para trabalhar.
A Mesa Diretora, então, abriu um processo licitatório para contratar uma empresa especializada em serviços de segurança patrimonial desarmada. Segundo o termo de referência, a medida tem como objetivo garantir a proteção do patrimônio público e a segurança de vereadores, servidores e cidadãos que frequentam o prédio da Câmara.
O documento justifica a necessidade do serviço diante de riscos de furtos, depredações e até episódios de tentativa de invasão e agressões já registrados no Legislativo. O edital prevê a prestação de serviço contínuo de segunda a sexta-feira, das 7h às 18h, incluindo feriados que eventualmente coincidam com esses dias.
O contrato terá duração inicial de 12 meses, com possibilidade de renovação. A empresa vencedora foi a Sannovel Segurança LTDA, que tem sede registrada na cidade de Sales. Para o serviço a empresa receberá cerca de R$ 68 mil, ou seja, R$ 5,6 mil por mês.
Ela será responsável pelo controle de acesso, rondas preventivas, monitoramento de áreas internas e externas e registro de ocorrências, além de elaborar relatórios diários de atividades e manter canal de comunicação emergencial 24 horas. Entre os critérios técnicos exigidos, estão a comprovação de profissionais capacitados, formação em curso de vigilante, atestados de capacidade técnica e autorização da Polícia Federal para funcionamento. A contratada também deverá implementar sistema de gestão eletrônica de rondas e ocorrências.