Jociano Garofolo
garofolo@acidadevotuporanga.com.br
A Tura (Torcida Uniformizada raça Alvinegra) se manifestou ontem, por meio de carta ao jornal A Cidade, se posicionando sobre as declarações do comandante da Policia Militar de Votuporanga, Capitão Edson Fávero, que manteve restrições à organizada nos jogos do CAV no Estádio Municipal Plínio Marin. O presidente da torcida, André Figueiredo pediu desculpa aos policiais hostilizados, afirmou que os integrantes serão punidos e que a Tura não é composta por baderneiros.
Segundo o manifesto, a nota à imprensa divulgada na sexta-feira pela Polícia Militar foi o primeiro ato de justificativa que a torcida recebeu sobre a proibição de fogos de artifício, batuques e camisetas, desde o início do impasse. “A Tura somente poderia se defender e mesmo penalizar possíveis responsáveis se soubesse da origem dos fatos. E a informação foi sonegada”, escreveu Figueiredo.
Ainda de acordo com a nota, a Tura aponta que a PM cometeu um erro grave, de grave injustiça. Figueiredo refere-se ao ponto em que é citado que policiais militares foram hostilizados por torcedores na partida do CAV contra o Tanabi. Ele aponta que neste caso, foi elaborado um boletim de ocorrência, indicando os nomes dos autores da ação e que não há motivo para penalizar a torcida inteira.
“A atitude da Policia Militar em considerar que todos os membros da Tura são baderneiros, se assemelha aos que ao assistirem nos telejornais reportagens sobre barbáries cometidas pela PM na Capital do Estado ou em Santos. O fato de contar com maus policiais, não quer dizer que a Polícia é ruim e o exemplo disso são as enérgicas punições que os infratores recebem. E, com todo o respeito à opinião do Comandante, se a direção da Tura tivesse sido informada quais são suas ‘laranjas podres’ já teria punido exemplarmente. Faltou-nos a informação. E informação esta que o Comandante, assume agora, publicamente que as tem”.
O manifesto da Tura traz também afirmação de que a torcida organizada é formada por homens de bem e que punições serão aplicadas para desordeiros. “A direção da Tura será a primeira a penalizar aqueles integrantes que cometerem infrações. Humildemente pedimos desculpas ao Capitão Fávero e a tenente Franciele em nome da Tura e assumimos o compromisso de penalizar culpados”, encerrou a carta o presidente da Tura.
Versão da PM
Em nota divulgada à imprensa na última sexta-feira, pela primeira vez, o Capitão Edson Fávero se manifestou sobre os acontecimentos envolvendo policiais militares e torcedores nos jogos do CAV no Estádio Plínio Marin. Segundo o capitão, a decisão de proibir a entrada da organizada continua mantida, pela justificativa de policiais terem sido hostilizados por torcedores, e por embasamento legal do Estatuto do Torcedor, "A determinação emanada da Federação Paulista de Futebol, no que couber à Polícia Militar de Votuporanga, será cumprida, com o intuito de que se busque a reeducação dos infratores, haja vista as evidências de ascensão do time à divisão superior, no ano seguinte", disse na nota.
Confira na íntegra a nota difulgada pela Tura
Manifestação da Policia Militar: uma reflexão.
"Este veículo de comunicação publicou na edição de ontem uma extensão manifestação assinada pelo Cap. PM Edson Fávaro, na condição de Comandante da 3ª Companhia de Polícia Militar de Votuporanga, onde o líder desta laboriosa corporação militar presta esclarecimento em relação a inconstitucional proibição de manifestação popular através da Torcida Uniformizada Raça Alvinegra.
Primeiramente temos que parabenizar o senhor Comandante pelas explicações, afinal conhecer as razões da decisão da Polícia Militar em desencadear as represálias em face da T.U.R.A. sempre foi à preocupação principal da Torcida. Tanto que, tão logo foi informada da proibição de utilizar instrumentos no Estádio Plínio Marin, a Tura, em 06 de julho, protocolou oficio solicitando esclarecimentos sobre quais as irregularidades cometidas e, até a publicação do texto de ontem, não tivemos qualquer esclarecimento, apenas o agravamento nas restrições.
Aliás, no oficio a T.U.R.A. destacou que somente poderia se defender e mesmo penalizar possíveis responsáveis se soubesse da origem dos fatos. E a informação foi sonegada.
Em segundo lugar, se o Comandante nos permitir discordar de sua posição, em que pese todo o latim gasto com as citações legais feitas, a Polícia Militar comete uma grave injustiça para com a T.U.R.A.
Afinal, a própria Polícia ao informar que “policiais foram hostilizados” esclareceu que “Foi o autor da ameaça conduzido á Delegacia de Polícia, onde foi lavrado Boletim de Ocorrência”. Ou seja, se a Policia tem conhecimento do responsável pela ação, porque penalizar uma torcida inteira?
A atitude da Policia Militar em considerar que todos os membros da T.U.R.A. são baderneiros, se assemelha aos que ao assistirem nos telejornais reportagens sobre barbáries cometidas pela PM na Capital do Estado ou em Santos passam erroneamente a denegrir toda uma Corporação que por anos a fio tem se esforçado para garantir a segurança em todo o Estado de São Paulo.
O fato de contar com maus policiais, não quer dizer que a Polícia é ruim e o exemplo disso são as enérgicas punições que os infratores recebem. E, com todo o respeito à opinião do Comandante, se a direção da T.U.R.A. tivesse sido informada quais são suas “laranjas podres” já as teria punido exemplarmente. Faltou-nos a informação. E informação esta que o Comandante, assume agora, publicamente que as tem.
A T.U.R.A. Comandante, é formada em sua maioria por homens de bens e trabalhadores respeitados, como respeitados são os Policiais Militares que atuam em Votuporanga, por isso, mais de 2000 pessoas não podem ser penalizadas pelos erros de alguns poucos, como não pode a Policia Militar ser taxada de violenta pelos excessos de alguns.
Aliás, nos permita utilizar de suas próprias expressões, quando alega que “cada um deve assumir as conseqüências de seus atos. Não se transfere autoridade nem tampouco as responsabilidades inerentes ao cargo. Os ônus e os bônus estão agregados ao que se faz”, para reiterar publicamente, não trate o episódio da T.U.R.A como uma questão pessoal, mas sim institucional.
A direção da T.U.R.A. será a primeira a penalizar aqueles integrantes que cometerem infrações, seguindo o bom exemplo da Policia Militar que sempre pune exemplarmente membros que mancham a sua honra. Mas para isso precisa saber quem são, informação está ate agora sonegada.
E, encerramos com nova concordância: “Ninguém faz mais que a Polícia Militar para a segurança nos estádios” assim como ninguém torce com tanto vigor e paixão pelo CAV quanto os Membros da T.U.R.A com apenas um senão, a segurança nos Estádios somente terá sentido, se houver torcedores nele.Humildemente pedimos desculpas em nome da T.U.R.A., assumimos o compromisso de penalizar culpados – desde que identificados e reiteramos, não penalize toda uma torcida pelo ato falho de alguns. - André Figueiredo (Presidente da Tura)