Afirmação foi do cotista e diretor Marcelo Melo, para a Rádio Cidade; ele falou sobre a preocupação com as finanças do clube
Andressa Aoki
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Um dos cotistas do CAV (Clube Atlético Votuporanguense) e diretor, Marcelo Melo, escancarou a situação financeira do clube em uma entrevista no programa “Bola em jogo”, da Rádio Cidade. Marcelo admitiu que a Alvinegra está com dificuldades e que setembro é o quarto mês em que o time está no vermelho. “O que arrecadamos com os ingressos e patrocínios, não paga a conta. Longe disso. Somos em oito empreendedores, que assumimos a compra da Votuporanguense. Mas estamos chegando perto do limite. Não vamos pensar em série A3. Sabemos da crise que enfrenta o país, até porque somos empresários, mas não pensamos que chegaria onde está”, frisou.
Patrocínio
Marcelo contou que antes eram seis patrocinadores. “A gente achou que iria ser fácil renovar a parceria. Mas estamos sem patrocínio. Estamos muito preocupados e focados no dia 12, data de pagamento dos atletas. Do dinheiro que entra, apenas dois são patrocinadores”, complementou.
Ele disse ainda que os empreendedores do time decidiram pintar placas publicitárias no estádio para que o público saiba quem são os patrocinadores. “Cerca de 50% das arquibancadas estão abertas, atrás do gol também. Neste local (atrás do gol), estiveram sempre grandes empresas. Não estamos reclamando, só estou relatando a verdadeira situação do CAV”, destacou.
Abriu mão
Marcelo Melo citou ainda na entrevista os motivos que fizeram com que o clube dispensasse Pedro e Igor. “Dois atletas estiveram aqui, com baita potencial, mas não teríamos condição de pagar seus salários no dia 12. Resolvemos abrir mão, eles pediram pouco, mas nem isso temos. Fizemos um acordo com os empresários, o que foi combinado, vai ser pago. Se combinamos até o dia 12 o salário, isso é sagrado”, disse.
Esperança no sócio-torcedor
O cotista afirmou que a esperança é no projeto sócio-torcedor, em que os amantes da Votuporanguense podem ajudar com dinheiro. “Este programa pode dar uma ajuda, porque seria um dinheiro que todo mês estaria na conta, para conseguir tocar o básico. Hoje o sócio-torcedor é importantíssimo, não adianta os oito empresários quererem time na cidade, se só eles desejarem. Se a população não prestigiar, não adianta. Temos que remar todo mundo para o mesmo lado, se apenas os oito querem, não faz sentido ter o CAV”, disparou.
Apoio
Ele pediu apoio das empresas votuporanguenses que gostam de futebol. “As portas estão abertas, mas não sabemos até quando que vamos aguentar. Tem reunião no mês e cada um dos cotistas tem que desembolsar R$7 mil”, disse.
Demolição do
estádio Plínio Marin
Ainda de acordo com Marcelo Melo, a demolição do estádio Plínio Marin não irá acontecer antes da construção do novo espaço para os jogos. “Jogaremos a Série A3 em casa. Queremos agradecer os donos do estádio hoje, que estenderam o prazo de nossa utilização. O novo estádio ficou para o ano que vem, por isso a empresa nos emprestou até o final do campeonato. Quando encerrar a participação do CAV no torneio, o Plínio Marin vem abaixo”, finalizou.