A política subiu ao palco em Los Angeles na noite do último domingo (11). Alfinetadas em rivais americanos e gritos de guerra contra o terrorismo marcaram tanto ou mais o Globo de Ouro deste ano quanto o resultado da premiação,
A política subiu ao palco em Los Angeles na noite do último domingo (11). Alfinetadas em rivais americanos e gritos de guerra contra o terrorismo marcaram tanto ou mais o Globo de Ouro deste ano quanto o resultado da premiação, que terminou com a consagração do favorito Boyhood e com uma grande pulverização de prêmios entre os concorrentes. O projeto de doze anos do americano Richard Linklater, de longas como Escola do Rock (2003) e da trilogia iniciada por Antes do Amanhecer (1995), foi o único a sair da festa com três estatuetas: a de melhor diretor para Linklater, a de melhor atriz coadjuvante para a fantástica Patricia Arquette e a de melhor filme dramático, a principal de toda a noite.
Já Birdman, cotado para levar o troféu de melhor comédia ou musical, ganhou dois, o de melhor ator para Michael Keaton e o de melhor roteiro para a equipe liderada pelo diretor Alejandro González Iñárritu, mas perdeu o mais relevante para O Grande Hotel Budapeste, de Wes Anderson. O restante das estatuetas foi distribuído aos pares ou isoladamente entre os finalistas — como House of Cards, da Netflix, que, novamente injustiçada, só levou a de melhor ator, para o merecedor Kevin Spacey. Sem a concorrência de Breaking Bad, que ganhou tudo ou quase tudo no último Emmy, Transparent, a série da Amazon sobre um transexual, surpreendeu ao levar dois prêmios: o de melhor série cômica ou musical (embora seja um drama com situações cômicas) e o de melhor ator de série cômica ou musical, para Jeffrey Tambor. A atração é uma das apostas da Amazon na guerra contra a Netflix, gigante do streaming que vem mudando a maneira de se consumir cinema e televisão e deixando eriçados executivos de emissoras e estúdios. Confira outros destaques da festa na lista abaixo.
Na categoria política, o Globo de Ouro teve muitos vencedores. A atriz britânica Helen Mirren desfilou com um broche com uma caneta tinteiro e, no tapete vermelho, exibiu um cartaz com a frase “Je suis Charlie” (“Eu sou Charlie”), que vem sendo usada em apoio à revista Charlie Hebdo, e à liberdade de expressão, desde o ataque de radicais muçulmanos à publicação que acabou em doze mortes, na semana passada, em Paris. A atriz Kathy Bates optou por colocar a frase em seu celular, enquanto a alemã Diane Kruger segurou um cartaz com os dizeres. O slogan ainda apareceu em broches usados pelo casal George Clooney e Amal Alamuddin.