Com DZ6 no papel principal, 'Dias de luta, dias de glória' estreia nesta sexta.
O diretor e o elenco do musical "Dias de luta, dias de glória", que estreia nesta sexta (13), no Teatro Gamaro, e homenageia o cantor Chorão, líder do Charlie Brown Jr. que morreu há dois anos, falaram sobre a peça em um encontro com jornalistas nesta terça-feira (10), em São Paulo.
"O roteiro foi baseado em dados e fatos reais, vídeos, entrevistas. Buscamos a veracidade dentro do que nos foi passado do que saiu da boca do Chorão", afirma Bruno Sorrentino, diretor da peça. Ele diz que a proposta do musical foi feita diretamente ao Alexandre, filho do Chorão, e ele foi quem mais contribuiu com os dados.
"Mas a base não é a vida pessoal do Chorão, mas a vida profissional", completou o diretor. De acordo com ele, "a morte do Chorão é um ponto crucial dentro do espetáculo". "Começa com os últimos segundos da vida dele. A morte é retratada sim". Sobre as polêmicas e farpas entre familiares, o diretor disse que isso acontece "com toda celebridade" e que isso está resolvido.
O diretor garantiu que drogas e bebidas vão ser retratadas na peça "porque aconteceu e não poderia deixar de falar isso". "Mas não visa apologia ou qualquer coisa do tipo. A peça tem um cunho pedagógico, de trazer o jovem ao teatro". Para ele, a onda de musicais no teatro, e em especial de biografias musicais, atrai um público mais velho ao retratar por exemplo Elis Regina e Rita Lee. Com Chorão, ele pretende rejuvenescer este público.
A produção diz que usou entrevistas de Chorão mas que também conversou com produtores, seguranças e outros membros do staff para compor um registro da banda toda, não exatamente do Chorão.
Foram apresentados à impresa três números musicais: "Tudo que ela gosta de escutar", que representa quando Chorão conheceu Thaís; "Contraste da vida", com Patrícia Coelho cantando; e "Me encontra", cantada pelo rapper DZ6, que faz o Chorão.
DZ6 conta que apesar de ser skatista e rapper e ter ido a cinco shows do CBJr. em SC, nunca se encontrou com Chorão embora tenta tentado. O diretor disse que Grazi, ex-mulher do vocalista, não permitiu que se usasse ela na peça sem ganhar uma remuneração. A produção não topou pagar. "Mas não houve farpas, não houve brigas. Houve um acordo", descreveu o diretor.
A atriz Carolina Oliveira, protagonista da minissérie da Globo "Hoje é dia de Maria", interpreta Thaís, a primeira mulher de Chorão e mão do filho dele, Alexandre. Patrícia Coelho vive uma personagem descrita como fictícia, chamada Gabriela, que representa "os amores do Chorão pós-fama".
"A ideia de criar o personagem (fictício, Gabriela, interpretada por Patricia Coelho) foi trazer várias facetas das mulheres que passaram pela vida do Chorão, da groupie, da namorada, um affair", diz Sorrentino.