Criação de vagas de trabalho em março veio menor do que o esperado. Por ter sido divulgada no feriado, mercado só incorporou a pesquisa em suas previsões hoje
O dólar opera em queda nesta segunda-feira, influenciado por um movimento de ajuste de posições após o fraco desempenho do mercado de trabalho nos Estados Unidos em março, conforme informado na sexta-feira, durante o feriado da Páscoa. A moeda americana caiu 1,35% na mínima da sessão da manhã, para 3,0868 reais. Por volta de 11h40 o dólar valia 3,0947 reais na venda, queda de 1,10%.
O chamado payroll mostrou a criação de 126.000 vagas nos Estados Unidos no mês passado, bem menos do que as 248.000 vagas previstas por analistas. A taxa de desemprego ficou em 5,5%, em linha com o esperado, enquanto o salário médio subiu um pouco mais que o estimado. Por ter sido divulgada no feriado, mercado só conseguiu incorporar os dados em suas previsões nesta segunda. Nesta segunda, porém, a consultoria Markit divulgou dados bons para o setor de serviços nos EUA. O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) subiu para 59,2 em março ante 57,1 em fevereiro, para o maior nível desde agosto do ano passado.
Com dados diferentes sobre a recuperação da maior economia do mundo, ainda não está certo se o banco central americano, o Federal Reserve (Fed) vai elevar as taxas de juros do país logo. Essa decisão deve mudar o fluxo de investimentos no mundo, que verão no mercado americano um ambiente mais seguro e atrativo, com retornos maiores.
Na agenda do dia, a Focus, do Banco Central, também trouxe piora das expectativas para a inflação e a atividade econômica. Para o câmbio, a mediana das projeções dos economistas ouvidos para a pesquisa semanal aponta para dólar a 3,25 reais ao fim de 2015, acima da previsão anterior, de 3,20 reais. Há um mês, a mediana estava em 2,95 reais. Já para 2016, a cotação final subiu de 3,23 para 3,30 reais de uma semana para outra - estava em 3,00 reais há quatro semanas.
No exterior, o Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou hoje que a Grécia fará o pagamento de dívida na quinta-feira, de quase 460 milhões de euros. Apesar de a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, afirmar que o Fundo quer ajudar a Grécia a "voltar a uma trajetória sustentável de crescimento e emprego", o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, vai a Moscou nesta semana com o objetivo de demonstrar uma postura independente para seus eleitores. A visita nesta quarta-feira e quinta-feira à Rússia seria uma demonstração de rebeldia com os credores europeus, na opinião de analistas.