Padre Gilmar Margotto destacou que a área cedida pela Prefeitura para o Centro Pastoral está em obra
Andressa Aoki
andressa@acidadevotuporanga.com.br
A transformação de Votuporanga em Diocese tem tudo para se concretizar. O Vaticano tem dois anos para analisar o processo, mas o padre Gilmar Margotto — integrante da comissão nomeada por bispo Dom Paulo Mendes Peixoto —, acredita que será possível. "O núncio apostólico Dom Lorenzo Baldisseri foi favorável e agora só depende do Vaticano. Digamos que estamos com meio caminho andado", disse o padre, em entrevista ao jornal A Cidade.
Padre Gilmar ressaltou que as obras de infraestrutura do Centro Pastoral estão se iniciando. "Vamos fazer a terraplanagem e as galerias", emendou. No ano passado, o prefeito Nasser Marão Filho oficializou a doação de área de mais de 5,2 mil metros quadrados para a Diocese de São José do Rio Preto. A área fica no Jardim Residencial Monte Verde, entre a rodovia Péricles Belini e Estrada Vicinal Nelson Bolotário. Os proprietários Antônio Thomazela e Antônio Benedito Malvas fizeram a doação diretamente para o Bispado, numa negociação intermediada pelo prefeito.
Sobre a nomeação de um bispo em Votuporanga, ele explicou que somente será feita depois que o Vaticano dar o veredicto. "Acredito que ainda não tenham um nome para a nossa região", enfatizou.
O pároco também falou sobre a possibilidade de São José do Rio Preto se tornar arquidiocese. "Dom Paulo entrou com o pedido na mesma época que a comissão, mas uma decisão não depende da outra", explicou.
A questão da nova diocese entusiasma os padres, religiosas, diáconos e leigos. O bispo diocesano dom Paulo Mendes Peixoto nomeou uma comissão formada pelos padres Gilmar Margotto, Edemur José Alves e Carlos Rodrigues dos Santos, para fazer um levantamento de Votuporanga e das cidades daquela região.
O material foi encaminhado a dom Paulo, que o enviou para reconhecimento ao arcebispo de Ribeirão Preto, dom Joviano Lima Júnior. Uma vez autorizado, dom Paulo protocolou o pedido pessoalmente em Brasília-DF, na Nunciatura Apostólica, uma espécie de embaixada do Vaticano no País, no dia 24 de agosto de 2010. "Vejo no processo de criação da Diocese de Votuporanga a realização de um desejo já antigo daquela região, que agora foi assumido de forma concreta. Não falamos em divisão, porque é mais prejudicial, dividir o acúmulo de trabalho de um bispo só e dar mais possibilidade de atendimento. Não muda praticamente nada para os fiéis e sim a estrutura de Igreja de ter um bispo aqui, toda orientação seria daqui e não da sede de São José do Rio Preto, no fundo ajuda porque diminui o trabalho e dá mais espaço para atuação,” diz dom Paulo, em entrevista ao jornal A Cidade, ainda no andamento do estudo.
Em maio, na Assembleia da CNBB, ele se encontra com dom Baldisseri para saber como está caminhando o processo. “Às vezes demora pela dificuldade de nomeação do bispo, para a nova diocese. Todo o processo passa por Roma. O lado burocrático faz demorar,” afirma.
A comissão nomeada pelo bispo fez um estudo detalhado da região de Votuporanga com mapeamento, relação das paróquias, cidades, população e extensão, acrescentando dados da história civil e desenvolvimento da cidade. Eles apresentaram ainda as condições atuais e motivações pastorais da região e elaboraram os projetos da Cúria Diocesana e do Centro de Pastoral.
Hoje, a Diocese de Rio Preto é responsável por 50 municípios e 97 paróquias. A Diocese de Votuporanga contemplaria 25 municípios como Valentim Gentil, Parisi, Cardoso, Riolândia, Paulo de Faria. Orindiuva, Pontes Gestal, Américo de Campos, Álvares Florence, Cosmorama, Tanabi, Nhandeara, Floreal, Magda, Sebastianópolis do Sul, União Paulista, Turiúba, Macaubal, Buritama, Zacarias, Lourdes, Votuporanga, Planalto, Nova Luzitânia.
Ainda de acordo com Margoto, a estimativa é que farão parte da diocese 250 mil fiéis.
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