Da Redação
O Jornal A Cidade colheu depoimentos de representantes de diferentes religiões, que explicaram o sentido o Dia de Finados, lembrado hoje em todo o país, sendo inclusive feriado nacional. Católicos, evangélicos e messiânicos contam como é lembrada a data por seus fiéis.
Igreja Católica
Segundo o padre Gilmar Antônio Fernandes Margotto, pároco da Igreja Matriz, o Dia de Finados está ligado à festa do Dia de Todos os Santos, comemorado em 1° de novembro e será celebrado no próximo domingo nas missas.
Padre Gilmar contou que desde o início do cristianismo, para lembrar os mártires, aqueles que morreram pela justiça, pelo evangelho, por Jesus, foram considerados santos. Quantos a igreja não sabe precisar que estão na Glória de Deus; eles deram seu testemunho, mas não estão no rol dos Santos, então, para lembrar todos àqueles que fizeram o bem e testemunharam esta experiência na vida, do amor de Deus, a igreja colocou no dia seguinte a celebração do Dia de Finados. “Para lembrar a importância da vida; que não podemos viver de qualquer maneira; que nós somos finitos e ao mesmo tempo chamados à eternidade através da morte. Morte nos faz humanos, iguais, fraternos e dependentes de Deus. Temos a vida como dom, como presente. Deus é senhor da vida e tira a vida. Ao mesmo tempo em que lembramos de quem já passou por nós e está na eternidade, somos chamados a refletir sobre o valor da vida por que um dia seremos chamamos por Deus para a experiência da morte. Um dia nos encontraremos diante do Senhor para prestarmos conta de nossa vida”, explicou o padre.
Será celebrada uma santa missa hoje, às 7h30, no Cemitério Municipal, com o padre Gilmar Antônio Fernandes Margotto. Oração por excelência do povo de Deus, a melhor maneira de honrarmos aqueles que queremos bem, oferecendo as orações. Lembrando que a comunhão entre o ceu e a terra, eles permanecem vivos em nosso corações.
Padre Sílvio Roberto dos Santos
Padre Sílvio disse que quando os cristãos chegaram na Grécia houve a mistura da cultura grega com o cristianismo. Os cristãos encontraram os cultos aos mortos, feitos pelos gregos. Cristãos, então, assimilaram essa cultural e transportaram para uma celebração orando para os mortos, com base bíblica. Na bíblia, n capitulo 38 de Eclesiástico está escrito que “se alguém entre vós morreu, chore, sepulte de acordo com os costumes de seu povo e visite as sepulturas”. No livro de Macabeus está escrito “é bom e agradável orar pelos que morreram”.
“Os primeiros cristãos instituíram o dia de finados, o dia para orar pelos falecidos. Dia de interiorização, visita à sepultura e oração pelos mortos”, disse o padre.
Igreja Messiânica Mundial do Brasil
Marcos Aureliano, Ministro da Igreja Messiânica, explicou que para eles a Data de Finados é de grande relevância. É uma data em que cultuam as almas dos antepassados. “Trata de uma data muito esperada tanto para os nossos antepassados como para nós, seus descendentes. Eles ficam contentes com a lembrança e com o carinho que nós os oferecemos e nós também ficamos contentes em manifestar a eles a nossa gratidão”. Marcos explicou que para a existência de um humano foi necessário um número incontável de antepassados. “Isto mostra que além dos familiares que conhecemos em vida, cada um de nós tem milhares de antepassados que viveram neste mundo desde a criação. Eles não apenas passaram nessa vida como também deixaram sua marca dentro de nós. No núcleo de cada célula do nosso corpo estão os registros de todos os nossos ancestrais diretos. Somos os representantes de todos os nossos antepassados”.
No Solo Sagrado de Guarapiranga, às 10 horas de hoje, são esperadas de 50 a 60 mil pessoas para um culto especial às almas. “É maravilhoso esse dia para nós. Somos banhados por uma luz muito intensa e muito forte, onde acabamos recebendo graças. As pessoas saem revigoradas e restabelecidas dentro da fé”.
Igreja Assembleia de Deus – Ministério Belém
Pastor Eneias Padilha de Siqueira, da igreja Assembleia de Deus, Ministério de Belém, falou que do ponto de vista bíblico, em relação ao Dia de Finados, o Apóstolo Paulo, epístolas aos Tessalonicenses, afirmou a respeito dos mortos: “Não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais, como os demais, que não têm esperança. Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem, Deus os tornará a trazer com ele. Dizemo-vos, pois, isto, pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem. Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor. Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras”.
“A bíblia sagrada não priva o entre querido de entristecer-se com a morte do parente, mas não se entristecer como aquele que não tem esperança. Um dia ainda veremos os nossos que partiram para a eternidade”, disse o pastor.
A Assembleia de Deus ensina que é preciso cuidar dos vivos, consolar os que choram, ver a necessidade das pessoas, levar palavra de conforme e carinho e ensinar o outro a não se entristecer como os demais. “O corpo volta ao pó que o deu, mas o espírito volta a Deus”, falou o pastor.