Até o momento, já foram coletados 57 órgãos, doados por votuporanguenses e implantados em moradores de diversos locais da região
Leidiane Sabino
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O serviço de captação de córnea da Santa Casa de Votuporanga completa dois anos hoje, com o balanço de 57 coletas de órgãos neste período. Foram 22 em 2012, 33 no ano seguinte e duas em 2014.
Pablo Guidorzi Gurther, enfermeiro da Cihdott (Comissão Intra-Hospitalar de Captação de Órgãos e Tecidos para Transplante) destacou a importância deste serviço. “A Santa Casa de Votuporanga trabalha para atender as necessidades da população assistida. A captação de órgãos é um serviço fundamental, principalmente para a própria comunidade, já que pode beneficiar diretamente outras pessoas. Assim, a expectativa é que o número de captações seja cada vez maior e que futuramente outros órgãos sejam captados no hospital, aumentando ainda mais o benefício para a população”.
O enfermeiro destaca ainda que as famílias já estão mais receptivas na hora da abordagem, porém ainda há aqueles que não autorizam a doação por não saberem se era o desejo do familiar. “No entanto, as famílias estão começando a entender a importância desse gesto tão belo que é a doação de órgão, por isso, é muito importante que as pessoas conversem com os parentes, mesmo que informalmente e falem da vontade de ser um doador”, destacou.
Podem ser doadas as córneas de todas as pessoas de 4 a 70 anos, porém, alguns fatores excluem pacientes, tais como: óbitos de portadores do vírus HIV ou hepatites, com septicemia (infecção generalizada), endocardite, tumores, conjuntivite ou lesões na córnea.
A Santa Casa pretende, em breve, captar outros órgãos, além das córneas, pois o hospital é credenciado para retirar qualquer tipo de órgão e tecidos. “No entanto, a falta do serviço de neurologia impede a instituição de realizar o serviço, pois só um neurologista juntamente com um clínico geral pode atestar a morte encefálica. Para retirar outros órgãos é necessário que o corpo da pessoa ainda esteja em funcionamento, por isso somente em casos de morte encefálica que há a possibilidade da captação”, contou Pablo.
Para o enfermeiro, “a doação de órgãos é o gesto mais nobre de amor ao próximo, pois deixamos um pedaço da gente para uma pessoa que não conhecemos. O transplante de órgãos oferece uma nova chance e melhora a qualidade de vida dos pacientes receptores”, finalizou.