Material auxilia no posicionamento dos assistidos que ficam restritos aos leitos por longo período
Coxins são almofadas voltadas para acomodar pacientes com diagnóstico da doença que permanecem por longos períodos na UTI (Foto: Santa Casa de Votuporanga)
Na pandemia do Coronavírus, o que mais aprendemos foi nos reinventar e ir em busca de soluções. Pensando em melhor posicionar e acomodar os pacientes internados especialmente nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) de Covid-19, a equipe de Fisioterapia da Santa Casa de Votuporanga se uniu com a empresa Celiflex para novos projetos.
O objetivo foi a confecção de coxins, almofadas voltadas para acomodar pacientes com diagnóstico da doença que permanecem por longos períodos na UTI. Utilizados embaixo do assistido em posição pronada (decúbito ventral, ou seja, com a barriga para baixo), os dispositivos funcionam como amortecedores das proeminências do corpo que ficam em contato com a cama.
O serviço de Fisioterapia sentiu a necessidade de melhorar ainda mais a técnica prona com esses materiais, após reuniões entre os profissionais. “Conseguimos moldes de órteses e levamos até o setor de Captação de Recursos, que entrou em contato com José Carlos de Melo, diretor da Celiflex. Ele produziu kits e nos doou, contribuindo com a nossa assistência”, ressaltou a coordenadora Emília Rodrigues de Faria e Ferreira.
José Carlos explicou a fabricação. “Nos sentimos na obrigação de ajudar, especialmente neste momento de pandemia. Somos a única empresa na região com registro da Anvisa para elaborar produtos hospitalares. Com essa amostra, desmanchamos e produzimos”, contou.
Ele destinou 10 kits compostos de quatro peças – encostos para pescoço, costas e assentos. “São feitos de espuma, revestido em courvin para serem melhor higienizados. É a nossa forma de agradecer por tudo que a Santa Casa faz por todos nós”, complementou.
Benefícios
Emília enfatizou os benefícios para os pacientes. “O dispositivo previne o comprometimento da integridade cutânea do assistido, assim como evita contraturas, diminui os riscos de alteração da capacidade funcional, decorrente da limitação de mobilidade, além de manter o alinhamento e permitir a distribuição do peso do corpo de forma adequada na superfície de apoio. A técnica também estimula o sistema cardiovascular e respiratório, proporcionando qualidade de vida e redução do tempo de internação e até de custos hospitalares, ou seja, assim é possível realocar recursos para atender outras pessoas que precisam”, ressaltou.
A profissional disse ainda que os coxins são facilitadores no processo de cuidado a pacientes críticos, melhorando as condições de trabalho para as equipes de fisioterapia e enfermagem. “Os coxins disponíveis no mercado brasileiro, geralmente, são “confeccionados com géis poliméricos e visco elásticos. São feitos de materiais importados, caros e de pouca adequação à anatomia do corpo humano, principalmente aos contornos da face. Por isso, ela colaboração foi tão importante”, destacou.
O provedor da Santa Casa, Luiz Fernando Góes Liévana, agradeceu a doação. “José Carlos faz parte da Irmandade da Instituição e é um grande parceiro. Essa contribuição só reflete o quanto que ele se dispõe a ajudar. Esses materiais trazem qualidade de vida e impacto positivo em nossa assistência, reduzindo inclusive o tempo de internação. Nosso muito obrigado”, finalizou.