Em bate-papo, o dr. Ernesto Hoffmann, médico da Família e Comunidade, explicou sobre as comorbidades e os públicos prioritários
Na live, o médico da Família e Comunidade, dr. Ernesto Hoffmann, falou sobre os principais pontos da vacinação contra a Covid-19 (Imagem: Santa Casa de Votuporanga)
A Santa Casa de Votuporanga e o SanSaúde realizaram, pela primeira vez, uma live juntos nesta semana. O objetivo foi orientar a população sobre a vacinação da Covid-19. O médico da Família e Comunidade, dr. Ernesto Hoffmann, foi o convidado desta vez do bate-papo, realizado nas páginas do hospital e do plano de saúde no Instagram.
O dr. Hoffmann explicou que muitas comorbidades estão incluídas no calendário vacinal do Ministério da Saúde. São elas: doenças causadoras de imunossupressão; doenças cardiovasculares; doenças pulmonares; síndromes coronarianas; valvulopatias: aórtica, mitral, pulmonar e tricúspide; miocardiopatias e pericardiopatias; doença da aorta, dos grandes vasos e fístulas arteriovenosas; próteses valvares e dispositivos cardíacos implantados; diabetes mellitus; hipertensão arterial; doenças cerebrovasculares: acidente vascular cerebral; doença renal crônica; transplantados; HIV; doenças reumáticas; câncer; anemia falciforme e talassemia maior; cirrose hepática; e obesidade mórbida.
Entretanto, ele ressaltou que essas patologias precisam preencher alguns critérios. “Por exemplo, no caso da hipertensão arterial sistêmica (pressão alta), que possivelmente é a comorbidade mais comum da lista, não basta somente ser hipertenso para poder tomar a vacina; o paciente tem de ter um tipo de pressão arterial resistente, ou com níveis mais altos, ou ainda já ter sofrido algum evento cardiovascular (como um infarto ou derrame). O mesmo vale para outras doenças. Para a pessoa saber se tem o direito a tomar a vacina é importante procurar um médico, de preferência aquele que já lhe acompanha e conhece seu histórico com maiores detalhes, para que ele possa lhe orientar a respeito”, disse.
Como provar as comorbidades
Em Votuporanga o município criou um documento chamado “Atestado Médico Padrão para Comorbidades da Vacinação Covid-19“. As pessoas poderão tomar a vacina mediante a apresentação deste documento, que deve ser preenchido por um médico, atestando que o paciente tem alguma(s) das comorbidades contempladas pela campanha.
Gestantes e puérperas
Gestantes, puérperas e lactantes devem também tomar a vacina. Elas deverão ser vacinadas conforme o grupo prioritário em que estiverem inseridas, de acordo com as comorbidades que possam apresentar ou faixa etária.
“As lactantes podem continuar dando de mamar normalmente e até doar o seu leite, pois não há contraindicações para tanto”, complementou o médico da Família e Comunidade, durante a live.
Reações
As reações adversas mais comuns são dor e sensibilidade no local da injeção, dor de cabeça, fadiga (“canseira”), dores no corpo, mal-estar, sensação de corpo quente ou febre, calafrios, dores nas juntas, e enjoos/náuseas. A maioria dessas reações são consideradas leves e passam poucos dias após a vacinação. Na segunda dose, as reações são ainda menores e menos frequentes.
Já tive Covid, precisa de vacina?
O médico ressaltou que quem já teve Covid-19 precisa tomar a vacina como qualquer outra pessoa. “Após contrair a doença, a pessoa permanece com imunidade para aquela cepa do coronavírus por um período de mais ou menos dois a seis meses nos casos leves e, no período de até um ano, nos casos graves. No entanto, com o surgimento de novas cepas do vírus, há a chance de contrair a patologia num intervalo de tempo ainda menor”, disse.
Ele enfatizou que, com sintomas de gripe, a vacina deve ser evitada. “Porém, passados os sintomas e se estiver na data da pessoa tomar, ela já deve receber o imunizante”, frisou.
Eficácia
A eficácia da vacina é variável, dependendo do laboratório que a fabrica. Além das vacinas do Butantan/Coronavac e da Fiocruz/Oxford/AstraZeneca, recentemente a vacina da Pfizer começou a ser disponibilizada no Brasil.
“Independente de qual imunizante estiver disponível no momento, o importante é que todas estas foram aprovadas pela Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] e comprovadamente se mostraram eficazes para evitar a evolução para casos graves e mortalidade pela doença, que são de fato os efeitos mais preocupantes. Não resta dúvidas do ponto de vista científico que é melhor tomar a vacina do que não tomar”, ressaltou.