Doença está avançando sob um público, até então, não tão afetado e já desperta a atenção das autoridades em saúde
O pequeno Miguel, de apenas um ano, este entre as 787 crianças de que pegaram Covid, para o desespero de sua mãe Moriane (Foto: Arquivo pessoal)
Franclin Duarte
franclin@acidadevotuporanga.com.br
Depois de mais de um ano e meio de pandemia, algumas impressões equivocadas sobre a Covid-19 começaram a ser desmistificadas. Dentre elas, a de que a doença só atingia idosos e pessoas com comorbidades, e que as crianças e adolescentes estariam imunes. À medida que os mais jovens foram expostos ao vírus, eles também começaram a ser contaminados e desenvolver formas mais graves e até fatais da doença.
Dados levantados pelo
A Cidade, junto ao Boletim Epidemiológico da Vigilância em Saúde, revelam que, nos últimos 30 dias, mais de 120 crianças, de 0 a 14 anos, foram infectadas pelo vírus em Votuporanga. Desde o início da pandemia, 787 crianças nessa mesma faixa etária enfrentaram a doença na cidade.
Dentre elas está o pequeno Miguel de Sena Castelhano, de apenas um ano de idade. Sua mãe, Moriane Gonçalves Castelhano, que é moradora do Pacaembu, na região Oeste do município, descobriu que ele estava com o vírus depois que todos da família foram infectados.
“Quando meus pais testaram positivo, logo em seguida apresentamos os sinais. Foi desesperador, meu filho nunca havia ficado doente, então foi a primeira vez que me vi incapaz de ajudar diretamente”, contou.
Apesar da preocupação natural de mãe, Miguel apresentou um quadro leve da doença, com tose, rouquidão e mal-estar e só precisou ir ao médico para fazer o teste. Mesmo sabendo que a doença não traz grandes complicações, ver o filho recuperado depois do período de infecção foi um alívio para Moriane.
Internações
O número crescente deve servir como alerta para os pais, mas não é motivo para desespero. A mortalidade por Covid-19 nessa faixa etária é considerada baixa quando comparada a outras causas nesse grupo. Além disso, as infecções graves e fatais em crianças continuam raras.
Prova disso é que, no momento, não há nenhuma criança internada na Santa Casa de Votuporanga, nem no Hospital de Campanha e, até o momento, não houve também o registro de nenhuma morte de crianças pela doença na cidade.
No Brasil, porém, mais de mil crianças e adolescentes já morreram vítimas de Covid-19, de acordo com a SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) e o Ministério da Saúde.