A Secretaria Municipal da Saúde explicou que vai continuar com o intervalo maior por seguir a orientação do governo estadual
Ministério da Saúde vai reduzir o intervalo para diminuir a circulação da variante Delta; em Votuporanga, continua valendo o intervalo maior (Foto: A Cidade)
Da redação
Na bula das vacinas da Pfizer/BioNTech, a recomendação é que o intervalo entre a primeira e a segunda dose seja de 21 dias. Só que, na prática, essa janela de tempo foi estendida para três meses para que a primeira dose pudesse chegar a mais pessoas.
No começo da semana, o secretário executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, informou que o intervalo recomendado vai ser reduzido para o estipulado na bula. A ideia é evitar a circulação da variante indiana do coronavírus, também chamada de "variante Delta".
Em Votuporanga, porém, o intervalo vai continuar sendo o de 12 semanas (84 dias), conforme informou a Prefeitura, em nota ao jornal
A Cidade.
"A Secretaria Municipal da Saúde de Votuporanga informa que segue o Documento Técnico do Estado de São Paulo. Por isso, a determinação do intervalo entre as doses da Pfizer permanece sendo 84 dias, o que corresponde a 12 semanas", informou a Pasta.
Mudança
O Ministério da Saúde confirmou, na tarde de quarta-feira (28), a mudança do intervalo de 12 para três semanas entre as doses da Pfizer.
A Pasta acrescentou, porém, que analisa o "melhor momento" para colocar a nova medida em prática. Ainda segundo o ministério, a mudança vai ser analisada pelo governo federal junto das secretarias estaduais e municipais de Saúde.
"O ajuste não prejudicará a manutenção do ritmo acelerado de vacinação no país e acompanhará o cronograma de recebimento de doses para garantir que não haja atraso na aplicação dos imunizantes", informou o Ministério da Saúde.
Em entrevista, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que a Pasta havia optado por um intervalo maior entre as duas doses da vacina para avançar na aplicação da primeira dose, mas como as vacinas da Pfizer estão chegando agora num volume maior, é possível mudar de estratégia.
Recomendação
O Conass (Conselho Nacional de Secretários da Saúde) defende que redução seja feita apenas a partir de setembro. "A gente [o Conass] foi tomado de surpresa ontem [segunda-feira]. Esse tema tinha sido levado ao debate na câmara técnica e tinha sido decidido que não era possível fazer isso nesse momento", disse o presidente do Conselho e secretário estadual da Saúde do Maranhão, Carlos Eduardo Lula, em entrevista à Globo News.
Segundo Lula, antes de tomar essa decisão é necessário ter certeza se haverá doses disponíveis e se realizar essa alteração já no mês de agosto é o momento ideal. Para ele, a redução deveria ser feita em setembro, quando toda a população já teria recebido a primeira dose da vacina.
Ele acrescentou que é possível diminuir o intervalo entre as duas doses vacinas, mas a prioridade deve ser vacinar toda a população acima de 18 anos com, pelo menos, uma dose. "Ainda que uma dose não represente o esquema vacinal completo, ela tem capacidade para diminuir a transmissão do vírus e, consequentemente, a diminuir o número de hospitalizações e óbitos", explicou.