A médica pediatra, dra. Monize Andrea Cavassani, explicou que se trata de uma doença altamente contagiosa e indicou os cuidados necessários
A médica pediatra, dra. Monize Andrea Cavassani, conversou com o A Cidade e explicou quais são os sintomas e cuidados para a doença (Foto: Santa Casa/Prefeitura de Cuiabá)
Da redação
Enquanto cidades da região enfrentam um surto da doença “mão-pé-boca”, Votuporanga registrou apenas nove casos durante todo o ano. A enfermidade, que forma bolhas nessas partes do corpo, sendo altamente transmissível, atinge, principalmente, crianças menores de cinco anos, que são mais suscetíveis ao vírus.
Em Catanduva, por exemplo, oito escolas municipais enfrentam um surto da doença causada pelo vírus Coxsackie. Já em Rio Preto, a Secretaria Municipal de Saúde informou que casos foram registrados em algumas escolas, mas que ainda não houve registro de surtos.
A médica pediatra do SanSaúde, dra. Monize Andrea Cavassani, explicou que a doença é causada por Coxsackie, que ataca o aparelho digestivo. Ela é altamente contagiosa e sua principal característica é a formação de pequenas bolhas na pele desses três locais do corpo – daí o nome da doença.
“A transmissão da síndrome mão-pé-boca normalmente ocorre através da tosse, espirros, saliva e do contato direto com as bolhas que tenham estourado ou fezes infectadas, principalmente durante os primeiros sete dias da doença. Porém, mesmo após a recuperação, o vírus ainda pode ser transmitido através das fezes durante cerca de quatro semanas”, explicou a médica.
Assim, ainda conforme dra. Monize, para evitar pegar a doença ou evitar transmiti-la para outras crianças é importante: não ficar perto de outras crianças doentes; não partilhar talheres ou objetos que tenham entrado em contato com a boca de crianças com suspeita da síndrome; lavar as mãos após tossir, espirrar ou sempre que se precisar tocar no rosto.
“Além disso, o vírus pode ser transmitido através de objetos ou alimentos contaminados. Por isso, é importante lavar os alimentos antes do consumo, trocar a fralda do bebê com luva e depois lavar as mãos e lavar bem as mãos após usar o banheiro”, completou.
Os principais sintomas, segundo a pediatra, são febre e a dor de garganta, associadas a lesões vesiculares (pequenas bolhas) na boca, nas mãos e nos pés. Ainda podem ocorrer náuseas, vômito, falta de apetite, dor de cabeça e diarreia.
“A síndrome mão-pé-boca normalmente não necessita de internação, pois é uma doença leve e autolimitada. Porém, caso as feridas na boca dificultem a deglutição de líquidos, pode ser necessária a realização de hidratação parenteral. Uma indicação de internação é a rara evolução com complicações como: meningite, encefalite e paralisia semelhante à da poliomielite” frisou.
O tratamento, explica ela, é direcionado para o alívio dos sintomas sem a necessidade de medicamentos antivirais. Analgésicos e antitérmicos via oral e pomada anestésica no local das ulcerações amenizam a dor e a febre.
“Como as aftas dificultam a ingestão de alimentos e bebidas, é preciso oferecer alimentos de fácil deglutição, como papinhas e sopas. O ideal é evitar alimentos ácidos, muito temperados e quentes. As bebidas também devem ser frias para aliviar o desconforto e podem ser ingeridas com a ajuda de um canudo para diminuir o contato com as feridas”, finalizou.