Levantamento exclusivo do A Cidade revela que das 14 pessoas que morreram na cidade até janeiro, apenas duas não tinham se imunizado
Dados da Secretaria da Saúde revelam que mesmo com a explosão de casos de Covid, as mortes diminuíram, o que é atribuído à vacina (Foto: Reprodução)
Da redação
A eficácia da vacina não se discute. Todos os dados da Secretaria Municipal da Saúde de Votuporanga revelam que, sem a vacina, a cidade viveria um caos com a chegada da variante ômicron. Contudo, um número em específico reforça a necessidade de se manter os cuidados contra a doença, mesmo com o chamado “ciclo vacinal completo”.
Um levantamento exclusivo feito pelo
A Cidade junto à Prefeitura revela que das 14 pessoas que morreram vítimas da Covid-19 em Votuporanga no mês de janeiro deste ano, sete já tinham tomado as três doses da vacina contra o vírus, quatro já estavam imunizados com duas doses, uma havia tomado uma única dose e duas não tinham se vacinado.
Dentre as vítimas está o senhor José Pereira da Silva, mais conhecido como Zeca Eletricista, um dos pioneiros da cidade. Ele tinha 90 anos de idade, já havia tomado duas doses da vacina e, segundo sua filha, Eleni Nunes, só não tomou a terceira por conta de complicações de saúde.
“Sempre fui uma grande defensora da vacina e ainda sou, inclusive, vou tomar a terceira dose e quantas outras vier, mas sempre soube que mesmo vacinados não estávamos 100% protegidos. Por isso tomávamos muito cuidado com meu pai. Ele não saia de casa, se prevenia, mas a gente precisa trabalhar e então todo mundo em casa acabou pegando e ele apresentou complicações”, disse a filha de José.
Procurada pelo
A Cidade, a Secretaria Estadual da Saúde afirmou que todas as vacinas do PEI (Plano Estadual de Imunização) passam por aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e são seguras e eficazes, impactando diretamente na redução de casos graves e internações por Covid-19.
“Em relação ao levantamento junto ao município, a Pasta desconhece a metodologia e não comenta estudos de terceiros. Na cidade de Votuporanga, é possível perceber a redução de 60% de óbitos comparando janeiro de 2022 com a média mensal de 2021. O maior número de ocorrências foi em abril do ano passado, com 68, mais de 500% maior que janeiro de 2022. Atualmente, o município tem mais de 85% da população da cidade com ciclo vacinal completo”, disse a Secretaria, em nota.
Caos
A afirmação do Estado corrobora com os dados também apresentados pela Secretaria Municipal da Saúde. Segundo a secretária da Pasta, Ivonete Félix, o município estaria vivendo um cenário de caos atualmente se a maioria da população não estivesse vacinada.
“No ano passado, tivemos muito menos casos notificados e positivados no mesmo mês, só que o número de óbitos e internações explodiu. Então a vacina não impede que as pessoas adoeçam, ela auxilia para que a doença não agrave, mas é lógico que sempre haverá um percentual de pessoas que irá desenvolver a forma grave, principalmente as pessoas que possuem comorbidades. Os óbitos que nós tivemos foram todos em idosos e todos com muitas comorbidades”, disse a secretária.
Os números citados por Ivonete revelam que, enquanto a cidade registrou 2.068 casos positivos e 90 mortes por Covid-19 em março do ano passado (pico da pandemia na cidade) - quando a vacinação ainda não havia avançado - em janeiro deste ano, com mais de 80% da população imunizada, o número de casos mais que triplicou com a chegada da variante ômicron, mas “apenas” 14 pessoas morreram, o que revela a eficácia da vacina.
O jornal
A Cidade também procurou o Ministério da Saúde para comentar o assunto, mas, até o fechamento desta edição, o órgão não se pronunciou.