No caso da leishmaniose humana, não há bairros com focos da doença, são casos isolados pela cidade, segundo a Prefeitura
Transmissão da doença acontece quando a fêmea do mosquito, conhecido como palha ou birigui, pica o cão infectado e, depois, outro cão (ou pessoa) (Foto: Reprodução)
Pedro Spadoni
pedro@acidadevotuporanga.com.br
O ano mal começou e Votuporanga já registrou o primeiro caso de Leishmaniose Visceral em humano. A informação foi confirmada pela Prefeitura, num levantamento solicitado pelo jornal
A Cidade.
Ainda de acordo com os dados, oito casos da doença em pessoas foram notificados em 2021, dos quais um foi diagnosticado como positivo. A Prefeitura também informou que não há bairros com focos de Leishmaniose em humanos no município e reforçou que se tratam de casos isolados.
A doença é considerada grave e, se não for tratada corretamente, pode levar a óbito. As principais vítimas são crianças e idosos, mas acomete principalmente os cães.
No caso dos humanos, os principais sintomas são febre irregular de longa duração por mais de sete dias, falta de apetite, emagrecimento e fraqueza, além de inchaço da barriga, por causa do aumento do fígado e do baço. Nos cães, os sinais se manifestam causando queda de pelos, emagrecimento, apatia, crescimento exacerbado das unhas e também feridas na ponta das orelhas e focinho.
Casos caninos
Ainda de acordo com o levantamento da Prefeitura, 181 amostras de sangue de cães foram coletadas, até o momento, para realização de exames. Desses, 17 foram diagnosticados como positivos, dos quais quatro precisaram ser sacrificados. O levantamento também revelou que todos os bairros possuem casos de Leishmaniose canina, porém os bairros mais periféricos concentram a maior parte da incidência de casos.
A transmissão da doença acontece quando a fêmea do mosquito, conhecido como palha ou birigui, pica o cão infectado e, depois, outro cão (ou pessoa). No Brasil, há duas espécies que estão relacionadas com a transmissão da Leishmaniose Visceral, o Lutzomyia longipalpis e o Lutzomyia cruzi. Esses vetores, que já foram encontrados em áreas urbanas ou rurais, apresentam um alto grau de adaptação em ambientes urbanos, sendo encontrado tanto no intradomicílio quanto no peridomicílio.
Prevenção
Investigar os casos suspeitos de leishmaniose visceral humana e garantir o diagnóstico e tratamento adequado dos casos é dever do município. Por isso, a Prefeitura reitera que é necessário permitir o acesso dos agentes de saúde em domicílios para exames dos cães e recolhimento dos que estiverem doentes.
"Ações como essa são muito importantes para a prevenção e proliferação da doença, mas durante o ano todo, a Vigilância Ambiental realiza visita domiciliar e também a coleta de sangue dos animais, que é enviado para o Instituto Adolfo Lutz em São José do Rio Preto, referência nacional para diagnóstico da doença", ressaltou Samara Del Pino Fernandes, responsável pela Vigilância Ambiental.
Como forma de combate, é recomendado que a casa e o quintal devam estar sempre limpos, livres de matéria orgânica, que são resíduos vegetais, animais e húmus; recolher constantemente folhas de árvores, frutos caídos, fezes de animais e restos de madeira, pois esses materiais em decomposição favorecem a proliferação do mosquito palha; podar galhos de árvores para permitir entrada de sol e evitar umidade no solo; capinar o mato rasteiro e aparar a grama; embalar o lixo corretamente e destinar a coleta; e evitar que os cães fiquem soltos nas ruas, além de mantê-los com coleira repelente.
Para mais informações sobre a doença, notificar casos suspeitos ou solicitar exames, o telefone é o (17) 3406-3181, 3406-3175 ou 0800-770 9786.