Andressa Aoki
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A secura em Votuporanga impressiona, até mesmo as pessoas entendidas no assunto. A umidade do ar na última quarta-feira chegou a 11,2%, sendo considerado o quarto número mais baixo em São Paulo. Ontem, às 11 horas, segundo a Apta (Agência Paulista de Tecnologia do Agronegócio), o higrômetro (equipamento para medir umidade) registrava 16,5%, reduzindo para 13,1% às 13 horas e caindo para 11,75% às 16 horas. Com números tão baixos, a comissão de Defesa Civil fez uma declaração colocando a sociedade em estado de alerta. "Não é preciso pânico, estamos notificando as medidas necessárias neste período. Isso não está ocorrendo só em Votuporanga, o clima seco está causando vários problemas na área da saúde", explicou o presidente da Comissão da Defesa Civil, Alexandre Giora, durante coletiva de imprensa. Giora ressaltou que a OMS (Organização Mundial de Saúde) declara estado de alerta quando a umidade está entre 13 e 20%.
A secretária de Saúde, Fabiana Parma, enfatizou que a falta da umidade favorece a transmissão de doenças, causando desconforto respiratório, principalmente em crianças e em idosos. "A população deve tomar cuidado como utilizar umidificadores nos quartos ou quem não possuir o equipamento, devem levar bacias ou toalhas úmidas, além de evitar utilizar o ar condicionado", orientou.
Fabiana disse ainda que é preciso evitar atividade física ao ar livre. "Também não se deve frequentar locais com aglomerações como shows, eventos. É necessário usar soro fisiológico para umedecer os olhos e as narinas. Às vezes, pode ocorrer sangramento nasal porque o ar está seco. A pessoa com alergia sofre mais neste período", ressaltou. Ela destacou que aumentou em 50% o número de atendimentos no Mini-Hospital Germana Fortunato Pozzobon, e também na Santa Casa.
O superintendente da Saev Ambiental (Superintendência de Água, Esgoto e Meio Ambiente), Marcelo Marin Zeitune, falou sobre o meio ambiente. "Estamos preocupados, o verde ficou amarelo. Estamos sofrendo para conservar os locais públicos, não há caminhão-pipa que suporta. Está insuportável ficar na ETE (Estação de Tratamento de Esgoto). Não há previsão de chuva. No ano passado, no dia 18 de agosto, choveu e este ano, não há probabilidade de chuva até agosto", afirmou.
Zeitune também destacou que a produção de água aumentou neste mês, em 20%. "Pedimos a população para que a população economize água. A sede de distribuição de água tem tendência a quebrar quando se usa mais. Mas não precisa ter receio, porque temos produção de água para alguns anos", enfatizou. A secretária da saúde ressaltou que é preciso beber muito líquido neste período.
Com relação a queimadas, o superintendente enfatizou que no período urbano foi proibido queimada com ou sem umidade relativa do ar baixa. "Na zona rural, é feita fiscalização pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo). A queimada de quarta-feira na fazenda Mastrocola, já foi comunicada para o órgão que vai abrir sindicância e denunciar à Polícia Técnica", disse. A Cetesb proibiu desde o dia 18 as queimadas e a multa mínima é de R$ 80 mil.
A diretora do Departamento de Educação, Luzia Zirundi, ressaltou que a pasta divulgou um comunicado alertando sobre a baixa umidade e suspendendo as atividades físicas em locais que são abertos. "Pedimos para que as crianças bebam água a todo momento. Os professores estão em alerta em caso de perceber que algum aluno está passando mal", emendou.