O presidente do Fisav (Fundo das Instituições Sociais Associadas de Votuporanga), Jair Batista de Oliveira, lamentou ontem que a Expô/Fisav deixou de ser rentável para as entidades e voluntários do Fundo. "A festa só se tornará viável novamente quando a cidade se envolver na organização, o que não aconteceu neste ano", diz. Ele esteve nos estúdios da Rádio Cidade, às 11 horas, durante o programa "Ronda da Cidade" para falar sobre os dez dias da Expô, encerrada domingo último.
Ciente que vai deixar a presidência do Fisav, Jair diz que "tudo na vida tem hora para terminar e que sua missão à frente da instituição chegou ao fim." Com experiência de três anos presidindo a Comissão Organizadora da Expô, Jair foi sincero ao dizer que é a favor de que a festa não aconteça no próximo ano, nos moldes em que vem sendo feita. "Sem apoio de empresários a festa se torna um evento de risco devido ao seu alto custo".
Segundo o presidente, a cidade cresceu muito nos últimos anos e a Expô não acompanhou este crescimento. "O recinto, por exemplo, está dentro da cidade, tivemos problema com som alto, aumento do fluxo de carros o que gerou diversas reclamações vindas dos moradores. Apesar da boa vontade do Sindicato Rural em
oferecer aquele espaço, precisaríamos com urgência de outro recinto de exposições".
Nitidamente cansado e emocionado, Jair desabafou dizendo que é difícil agradar a todos. "Os shows, por exemplo, começaram tarde pelo simples fato de que os donos de barracas com alimentação reclamam que após o show o movimento cai. Por este motivo tentamos atrasar o início dos shows, pensando em ajudar os "barraqueiros" que pagam pelo espaço e precisam lucrar", explica.
A festa deste ano teve como principal atrativo a grade de shows, que foram escolhidos depois de uma enquete feita através do site do Fisav. De acordo com Jair, estiveram no palco da Expô 2010 os maiores nomes do sertanejo universitário do país. "Metade das atrações da festa está entre os top 10 do sertanejo universitário". Ele explica que com a grade de shows, que agrada principalmente o público jovem, "tivemos 70% dos ingressos para a apresentação da dupla Fernando e Sorocaba, por exemplo, foram vendidos como meia entrada (para estudantes), ou seja, deu público mas a bilheteria não correspondeu à expectativa. Mesmo com uma das melhores grades de shows dos últimos cinco anos, a arrecadação da festa não foi satisfatória", explica.
Futuro
Sobre o futuro da Expô, o presidente acredita que o Fisav repensará a festa e que, se ela acontecer em 2011, muita coisa deverá ser modificada. "Sabemos que tem outros grupos interessados em organizar um evento como a Expô, e torcem para que o Fisav deixe o caminho livre". De acordo com Jair, o balanço oficial deve sair em dois meses, mas ele acredita que o dinheiro arrecadado cobrirá somente os custos da festa. Na sua opinião não há perspectivas de lucro. Após a divulgação do balanço Jair garante que deixará o cargo e quem vai assumir é o atual vice-presidente José Euclides Koguche.
"Deixo a presidência sem mágoa e sem rancor de ninguém, sei quem foram e com quem podemos contar como nossos parceiros. Muitos me ajudaram nesses três anos", conclui emocionado.