Os números impressionam: 4.200 pacientes/ dia; 800 cirurgias/mês e média de 15 necropsias a pacientes de todo o Brasil
Henrique Prata, diretor presidente do Hospital de Câncer de Barretos, discorreu sobre a sua missão de salvar vidas. O seu relato, baseado na obra “Acima de tudo o Amor”, de sua autoria, comoveu a plateia composta de cerca de 800 pessoas, segunda-feira, no salão do Votuporanga Clube.
Ao pregar a “igualdade a todos” como filosofia de trabalho no Hospital de Câncer, o conferencista despertou no ouvinte a curiosidade pela prática da medicina diferenciada no tratamento da doença.
O palestrante procurou situar a plateia no início dos anos 60, quando foi inaugurado o hospital de Barretos. Na época, o tratamento oncológico tinha como referência o Hospital A.C. Camargo, em São Paulo. “O paciente do interior não tinha nem condições financeiras e nem ambiente para acompanhar um tratamento médico em São Paulo. Reconhecendo essas dificuldades foi que surgiu o hospital de Barretos”, comentou. Henrique Prata tem a sua história de dedicação às causas do hospital por laços de família. Seus pais eram médicos, religiosos e foram os fundadores do hospital. “Um casal comprometido com Deus”, reverencia. Por determinação dos seus pais, Henrique Prata assumiu a direção do hospital para saldar dívidas e fechar a unidade. Com a ajuda do seu avô quitou as pendências financeiras.
O sonho
A história do hospital de Barretos seria outra se não fosse um sonho de Henrique Prata. Ele contou na palestra que seu pai tinha guardado uma planta para ampliação do hospital, cujos traços ele não conhecia. Um médico da instituição, dr. José Elias, pedia a transformação de uma sala de curativo em mais um Centro Cirúrgico. Havia pacientes na lista de espera para o atendimento. No dia marcado de fechar o hospital, ele sonhou com o projeto de ampliação. O desenho era o mesmo que o seu pai tinha guardado. Daí ele passou a buscar recursos e convencer o seu pai da possibilidade de ampliação. Segundo Prata, o projeto sonhado por ele era exatamente igual ao desenho que o seu pai mantinha guardado.
“Agora, tenho sentimento de amor”, disse Henrique Prata, ao executar a ampliação do hospital, conscientizando-se que ele não é médico, mas dedica o seu tempo a salvar vidas, como ele mesmo se define. A vida do diretor presidente do Hospital de Câncer se transformou a partir do momento que viabilizou recursos para a construção do hospital. Hoje, ele percorre o mundo em busca de aperfeiçoamento, pesquisas e recursos para a manutenção da Fundação Pio XII, que é mantenedora do hospital.
Referência
O Hospital de Câncer de Barretos hoje é uma referência no planeta. Prata, na sua palestra, apresenta números comparativos aos maiores centros oncológicos do mundo. Disse, ainda, que na luta para salvar vidas, o hospital dedica-se à prevenção da doença, tratamento e pesquisas. O custo mensal de manutenção do Hospital de Barretos é de R$23 milhões/ mês e recebe do SUS (Sistema Único de Saúde) R$14,5 mi. O complemento do déficit é fruto de campanhas e ajuda por parte de artistas e colaboradores. Além de Barretos, o Hospital de Câncer mantém unidades nas cidades de Jales, Fernandópolis e Porto Velho.