A maior preocupação era se pelo local existiria vazamento de amônia, gás muito utilizado em ciclos de compressão
Funcionário da Saev mostra a água coletada do tanque de laticínio que irá para análise
Karolline Bianconi
karol@acidadevotuporanga.com.br
Uma força-tarefa com apoio do Poder Judiciário foi realizada novamente ontem para trazer maior segurança aos moradores de Votuporanga. Um laticínio desativado na avenida José Marão Filho, no bairro Jardim Botura, recebeu a vistoria de funcionários da Vigilância Sanitária, Saev Ambiental e Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo).
Como estava difícil a comunicação com os novos proprietários, a Secretaria Municipal da Saúde fez o pedido à justiça, sendo autorizado pelo juiz José Manuel Ferreira Filho.
A maior preocupação era se pelo local existiria vazamento de amônia, gás muito utilizado em ciclos de compressão (refrigeração) devido ao seu elevado calor de vaporização e temperatura crítica. No homem, a amônia traz sintomas de náusea e vômitos, causando danos aos lábios, boca e esôfago. O técnico ambiental da Cetesb, Hugo Zocal Fernandes Laguna, encontrou dois tanques que indicavam ter o gás, mas aparentemente estavam vazios. Porém, em um compartimento dentro do laticínio foi percebido o cheiro característico. “Em uma válvula de passagem para o resfriamento tem o vazamento, mas está em pequena quantidade. Faremos um estudo para ver se existe perigo do gás sair deste local e ir para a atmosfera”, falou.
Seis tanques com água parada e suja, provavelmente com óleo, estavam pelo local. Os agentes suspeitavam que haveria um poço clandestino para a captação. Laguna contou que a empresa estava sem licença porque não estava em operação, mas havia solicitado em dezembro do ano passado a renovação por mais dois anos. “O pedido foi negado porque já estão parados, iriam fazer o quê aqui?”, indagou. Ele disse ainda que o laticínio foi autuado uma vez em setembro do ano passado por falta de licença.
Uma agente de saúde encontrou larvas do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. A Saev separou amostras de águas de diversos tanques para análise.
O segurança do local, Sildemar Alves de Jesus, trabalha há seis anos e disse que há dois o local já havia parado com a produção.
Multa
Daniele Teodoro Leppos, da Vigilância Sanitária, disse que como até agora nenhum responsável pelo prédio havia se manifestado sobre as condições do local e que por diversas vezes a equipe tinha cobrado por providências e melhorias, a multa poderia ser de cinco mil UFM (Unidade Fiscal do Município). Como cada unidade é de R$ 2,75, a estimativa é que mais de R$ 13 mil devem ser pagos aos cofres públicos.
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CRED: Karolline Bianconi/A Cidade
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