Segundo levantamento, as denúncias encaminhadas para o setor diminuíram 80% no período de um ano
Jociano Garofolo
garofolo@acidadevotuporanga.com.br
No “Dia da Não Violência” lembrado ontem com panfletagem e faixas nas ruas do Centro, a Secretaria de Direitos Humanos revelou números positivos contra a discriminação e violência. Segundo levantamento, as denúncias encaminhadas para o setor diminuíram 80% no período de um ano, o que segundo o secretário Emerson Pereira demonstra que a população de
Votuporanga está mais tolerante e que os trabalhos de conscientização e informação estão causando efeito.
“Em comparação de 2014 com 2013, percebemos que a denúncia sobre violência caiu 80%. Esta demanda é aplausível devido a consciência de que a população em geral está tendo discernimento em aceitar as pessoas do jeito que elas são.
Em 2014 não tivemos tantas denúncias registradas na Secretaria, mas acreditamos ainda que possa estar ocorrendo algum tipo de violência camuflada pelo silêncio, não chegando assim aos nossos conhecimentos. Isto pode nos causar certo receio e acreditamos que com estas campanhas realizadas, principalmente no Dia da Não Violência, possa atingir este público”.
A Secretaria Municipal de Direitos Humanos é um órgão público receptor de várias denúncias feitas pela população de Votuporanga. Sendo assim, cada caso é encaminhado aos órgãos competentes. A meta dos Direitos Humanos visa dar apoio a qualquer tipo de pessoa que procura por atendimento.
As estatísticas apontam queda de alguns tipos de atendimentos voltados à população. Enquanto que em 2013 existiam quatro moradores de rua que comunicaram a Secretaria de Direitos Humanos que de alguma sofreram violência, em 2014 este número caiu para dois. Em 2013, início do trabalho da Secretaria, o público LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais,
Travestis, Transexuais e Transgêneros) informou que sofria algum tipo de discriminação. Segundo Pereira, devido ao acompanhamento do Setor Social e do projeto Votuporanga em Ação II, no qual visa destinar vagas para estas pessoas saírem de serviços informais voltados ao sexo e devolver a dignidade, em 2014 verificou-se queda nestas respectivas queixas.
Para os deficientes, o mesmo ocorreu. Enquanto que em 2013 muitos procuraram a Secretaria de Direitos Humanos indignados com a falta de oportunidades no mercado de trabalho, em 2014 aconteceram cursos com a Avap para reinserí-los.
“Nós tinhamos muitos casos de violência e hoje sabemos que a realidade mudou. Após o trabalho feito com ênfase, recebemos muito poucas denúncias de violência. Elevamos a importância da conscientização. Hoje, os casos chegam via telefone, ou por vizinhos. Tínhamos no ano passado, por exemplo, uma travesti que sofria bulling de moradores do Pró-povo. Era apedrejada, xingada. Fizemos uma concientização das famílias próximas e o caso foi resolvido”, disse Emerson Pereira.