Foram contratadas 743 pessoas, mas 726 perderam o serviço, o que resulta em um saldo de somente 17 vagas
Daniel Castro
Os dados divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) na tarde de anteontem apontam que Votuporanga apresentou um baixo saldo positivo de empregos gerados. Foram contratadas 743 pessoas, mas 726 perderam o emprego, o que resulta em um saldo de somente 17 vagas.
O setor industrial foi o que mais contratou: 222, e demitiu 192 empregados. A construção civil empregou 151 trabalhadores e despediu 75 pessoas. Já o comércio teve mais demissões do que contratações: 168 contra 161.
A área de serviços também despediu mais do que admitiu: 275 contra 192. O setor agropecuário contratou 12 pessoas e demitiu 8. Já a administração pública somente demitiu: 3 pessoas. Se forem somados os últimos 12 meses, Votuporanga apresenta um saldo negativo de geração de empregos, já que são 9.693 contratações contra 10.246 demissões (salto de -553).
Por outro lado, os dados de janeiro de 2016 foram melhores do que o do mesmo mês em 2015, que apresentaram saldo negativo: foram 1.061 demissões contra 976 contratações (saldo de -85).
Em todo o país foram fechados 99.694 postos de trabalho com carteira assinada em janeiro de 2016. O número representa queda de 0,25 % no total de trabalhadores formais em comparação com o resultado do mês anterior.
O resultado é o segundo pior da série histórica para meses de janeiro, ficando atrás somente de 2009, quando foram sentidos os efeitos da crise financeira internacional que abalou a economia mundial no ano anterior. Janeiro deste ano também teve resultado pior que o mesmo período de 2015, em que foram fechados 81.774 postos de trabalho.
No acumulado dos últimos 12 meses, o recuo foi 1,59 milhão de postos de trabalho. Em dezembro de 2015, o acumulado dos 12 meses anteriores registrava queda de 1,542 milhão.
O setor que mais fechou vagas foi o comércio, com retração de 69.750 posto de trabalho, seguido pelo setor de serviços (17.159) e pela indústria de transformação (16.533).
O Ministério do Trabalho e Previdência Social atribuiu o mau resultado à “conjuntura econômica recente e a fatores sazonais”. Por conta da conclusão de contratos temporários firmados no contexto das festas de fim de ano, o comércio costuma sempre apresentar um grande número de desligamentos em janeiro, principalmente o varejista, responsável pela quase totalidade das vagas fechadas pelo setor no início de 2016 (menos 69.398 vagas).
O fenômeno vinha sendo compensado ao longo da série histórica do Caged por um número maior de admissões em outros setores da economia. Com a crise econômica iniciada no ano passado, no entanto, isso deixou de ocorrer.
Dos oito setores monitorados pelo Caged, o da agropecuária foi o único a apresentar resultado positivo em janeiro, com a criação de 8.729 postos de trabalho.
As regiões Norte e Nordeste foram as mais afetadas pela perda de postos de trabalho com carteira assinada, com quedas de 0,66 % e 0,51%, respectivamente. O fenômeno foi atribuído, nesses casos, também a fatores climáticos, que resultaram, por exemplo, numa menor empregabilidade nas safras de cana, por exemplo.
Entre as unidades da federação, São Paulo e Rio de Janeiro foram as que mais sofreram com os desempenhos ruins do comércio e dos serviços, perdendo 27.056 e 25.549 postos de trabalho, respectivamente. Cinco estados tiveram resultado positivo: Mato Grosso (6.900); Paraíba (189); Paraná (1.074); Rio Grande do Sul (7.263); e Santa Catarina (7.211).