A área da cidade com maior quantidade de focos do mosquito é a região Noroeste do município, com o índice de 5.0%
Daniel Castro
O resultado do Levantamento de Índice Rápido para o Aedes aegypti (Liraa), que identifica os focos do mosquito, deixa Votuporanga em alerta. Os dados do levantamento realizado em janeiro mostram um índice de 3.3%.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, a área com maior quantidade de focos do mosquito é a região Noroeste do município, com o índice de 5.0%, número bastante elevado que, segundo o Ministério da Saúde, significa que há risco de surto de dengue.
Em toda a cidade foram encontrados 103 recipientes com larvas do Aedes aegypti no mês de janeiro. As larvas foram encontradas, em sua maioria, em ralos, recipientes plásticos, latas e garrafas. A Secretaria destaca a importância da população sempre vistoriar e retirar os recipientes que possam acumular água parada.
De 3 a 23 de janeiro deste ano foram registrados 73.872 casos prováveis de dengue em todo o Brasil. No mesmo período do ano passado, o número de casos prováveis foi 49.857. Os números, divulgados pelo Ministério da Saúde, mostram um avanço de 48% nas infecções por dengue no país.
O Aedes está bem adaptado a zonas urbanas, mais precisamente ao domicílio humano, onde consegue reproduzir e pôr os seus ovos em pequenas quantidades de água limpa e parada. O controle das suas populações é considerado assunto da saúde pública. O mosquito tem como vítima preferencial o homem e não faz praticamente nenhum som audível antes de picar. Mede menos de um centímetro, é preto com manchas brancas no corpo e nas pernas. O seu controle é difícil, por ser muito versátil na escolha dos criadouros onde deposita seus ovos, que são extremamente resistentes, podendo sobreviver vários meses até que a chegada de água propicie a incubação. Além da dengue, o mosquito transmite o Zika vírus e a febre Chikungunya.
A Secretaria de Saúde de Votuporanga ressalta que intensificou as ações de controle ao Aedes aegypti, dentre elas, as visitas nas casas (ação realizada pelos agentes de endemias e agentes de saúde), bloqueios contra criadouros, pulverizações com bombas costais, nebulização ambiental, eliminação de criadouros, orientação aos moradores e trabalho de educação em saúde nas escolas, indústrias, clubes de serviços, igrejas, entre outros.
Um fator que também favorece a reprodução é o fato de a fêmea colocar em média cem ovos de cada vez, mas não fazer isso em um único local. Em vez disso, ela os distribui por diferentes pontos. O Aedes é, geralmente, diurno: prefere sair em busca de sangue pela manhã ou no fim da tarde, evitando os momentos mais quentes do dia.
Em Votuporanga a situação da dengue já é preocupante, uma vez que a Secretaria Municipal de Saúde, inclusive, decretou situação de epidemia na cidade. O decreto ocorreu após o município notificar 284 casos da doença no ano dengue (de julho de 2015 a junho de 2016). A epidemia é decretada quando há 300 casos a cada 100 mil habitantes no ano dengue. Como a cidade tem um pouco mais de 90 mil habitantes, a quantidade de pessoas doentes desde julho de 2015 comprova a situação de epidemia. A Secretaria orienta que as pessoas procurem as unidades de saúde mais próxima assim que apresentarem sintomas como dores no corpo e febre.