Daniel Castro
Uma proposta apresentada durante a 5ª Sessão Ordinária da Câmara Municipal de Votuporanga, anteontem, tem o intuito de fazer com que os alunos sejam multiplicadores de ações de combate ao mosquito Aedes aegypti, que transmite dengue, o Zika vírus e a febre Chikungunya.
Por meio de indicação, o vereador Douglas Lisboa solicitou que Poder Executivo Municipal realize palestras, ministradas pelos servidores da Secretaria de Saúde em escolas municipais. O propósito é informar os estudantes e fazer com que eles sejam multiplicadores de ações de combate ao mosquito.
O Aedes está bem adaptado a zonas urbanas, mais precisamente ao domicílio humano, onde consegue reproduzir e pôr os seus ovos em pequenas quantidades de água limpa e parada. O controle das suas populações é considerado assunto da saúde pública. O mosquito tem como vítima preferencial o homem e não faz praticamente nenhum som audível antes de picar. Mede menos de um centímetro, é preto com manchas brancas no corpo e nas pernas. O seu controle é difícil, por ser muito versátil na escolha dos criadouros onde deposita seus ovos, que são extremamente resistentes, podendo sobreviver vários meses até que a chegada de água propicie a incubação.
Douglas lembrou que com o período de chuvas o número de casos de dengue aumenta, por isso a conscientização das pessoas é uma forte aliada contra o mosquito transmissor da doença. “É importante que o Poder Executivo promova ações nas escolas, como palestras, com o intuito de incentivar nossas crianças a agirem no combate ao mosquito da dengue”, alertou.
Um aspecto que também favorece a reprodução é o fato de a fêmea colocar em média cem ovos de cada vez, mas não fazer isso em um único local. Em vez disso, ela os distribui por diferentes pontos. O Aedes é, geralmente, diurno: prefere sair em busca de sangue pela manhã ou no fim da tarde, evitando os momentos mais quentes do dia.
Epidemia
A situação da dengue em Votuporanga já é preocupante, uma vez que a Secretaria Municipal de Saúde decretou, anteontem, situação de epidemia na cidade. O decreto ocorreu após o município notificar 284 casos da doença no ano dengue (de julho de 2015 a junho de 2016). A epidemia é decretada quando há 300 casos a cada 100 mil habitantes no ano dengue. Como a cidade tem um pouco mais de 90 mil habitantes, a quantidade de pessoas doentes desde julho de 2015 comprova a situação de epidemia. A Secretaria orienta que as pessoas procurem as unidades de saúde mais próxima assim que apresentarem sintomas como dores no corpo e febre.
Vacina
A presidente Dilma Rousseff assinou anteontem o contrato para o desenvolvimento de uma vacina contra a dengue. O acordo foi assinado entre o Ministério da Saúde e o Instituto Butantan, vinculado ao governo de São Paulo. Ao todo, 1,2 mil voluntários de São Paulo, recrutados pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), serão vacinados nesta fase dos testes. O hospital é um dos 14 centros credenciados pelo Butantan para os testes, que devem envolver 17 mil participantes de 13 cidades do país. O teste clínico deve durar um ano e a expectativa do instituto é que a vacina esteja disponível a partir de 2018.