Afirmação foi feita pelo médico da Vigilância Epidemiológica da cidade, Luciano Figueira de Paula, em entrevista para a Rádio Cidade
Aline Ruiz
aline@acidadevotuporanga.com.br
Com o registro de 452 casos confirmados em Votuporanga neste ano, a população está em alerta com possíveis criadouros no entorno das casas. No entanto, a maior parte dos focos do mosquito Aedes aegypti está localizada dentro das residências. O médico da Vigilância Epidemiológica do município, Luciano Figueira de Paula, ressaltou, em entrevista para a Rádio Cidade, que falta a conscientização por parte da população, já que os órgãos públicos não conseguem sozinhos combater a proliferação da doença.
De acordo com o médico da Vigilância Sanitária de Votuporanga, Luciano Figueira de Paula, das três doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, a dengue é a que mais mata. “Dentre a zika e a chikungunya, a dengue é a mais perigosa. Neste ano, já foram contabilizados 452 casos da doença na cidade, esse total é dividido entre os meses de janeiro, com 136 casos, fevereiro, com 200, e março com 116”, disse.
De acordo com o doutor Luciano, os números têm diminuído por causa da intensificação de trabalhos na cidade. “Em março entramos em epidemia e o Ministério da Saúde exigiu que mutirões fossem feitos aos finais de semana. Nosso trabalho nós estamos fazendo, mas infelizmente a população continua acumulando criadouro”, contou.
Os mutirões vão ser realizados todos os fins de semana até o dia 30 de abril. “A nossa função é orientar. Os mutirões são para isso, para ir de casa em casa orientando e avisando. Tem pessoas que nem acreditam que existe dengue, não deixam a gente entrar em suas residências e pensam que a gente já chega para multar, mas esse não é o objetivo. A multa só acontece depois que fazemos a notificação e, mesmo assim, a pessoas insisti em continuar com o criadouro dentro do quintal”, explicou Luciano.
O médico afirmou que depois do ano de 2014 todo mês do ano tinha algum caso da doença. “Antes passávamos meses sem casos positivos, hoje já é diferente, todo mês tem confirmação. Não está parando, por isso precisamos da ajuda da população, cada um precisa cuidar do seu espaço. As pessoas têm que entender que uma tampinha já serve de criadouro, seja água limpa ou suja, a larva vai estar lá. Por isso todo cuidado é pouco”, relatou.
Pulverização
O médico explicou que todos os casos de dengue, mesmo que suspeitos, precisam ser notificados para que a ação de combate seja realizada no local. “Quando ficamos sabendo de uma notificação suspeita, já vamos até a rua da pessoa e fazemos o bloqueio de nove quadras para procurar novos criadouros”, disse.
A pulverização, segundo ele, é feita apenas quando os casos são positivos em determinada rua. “Quando o caso é confirmado, aí sim vamos de casa em casa, na região onde a pessoa foi picada, e realizamos a pulverização”, finalizou.