Reinserção dos dependentes químicos na sociedade é o objetivo da entidade, que hoje completa 29 anos de história
Presidente da Comunidade Nova Vida, Luiz Carlos de Lima
Aline Ruiz
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A Comunidade de Recuperação Nova Vida comemora hoje 29 anos de fundação. Além de abrigar dependentes químicos em processo de recuperação e reintegração social, a entidade tem ainda uma Unidade de Acolhimento e Encaminhamento, um serviço gratuito, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, para o atendimento de usuários e dependentes de álcool e drogas, bem como, os envolvidos nessa problemática, como familiares e amigos.
A Unidade de Acolhimento oferece atendimento gratuito a todos os casos de dependência química do município. Neste local, a pessoa que busca ajuda recebe orientações, encaminhamento para diferentes tipos de atendimento e ainda participa de grupos terapêuticos. O funcionamento é de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, na rua Javari, 3587 – Jardim Marin.
Idealizada pelo padre Sílvio Roberto dos Santos, a Comunidade começou em uma casa dentro da cidade. Atualmente o presidente da Comunidade Nova Vida é o Luiz Carlos de Lima. Junto a ele, vários profissionais estão envolvidos para auxiliar as pessoas que querem iniciar o tratamento na Comunidade como o administrador Antônio Cegana, o Assistente Social Odair Ferrari e as psicólogas Elis Regina Rampine e Gabriele Gualda. Além é claro dos parceiros e voluntários que ajudam na manutenção da entidade, por meio de trabalhos, doações, aulas, entre outros.
De acordo com o presidente da entidade, Luiz Carlos de Lima, tudo isso é realizado na chácara. “Contamos com 40 vagas, atualmente, 20 jovens, de diferentes cidades da região, estão internados no local; o tratamento, que é voluntário, ou seja, a pessoa decide e aceita permanecer na chácara para as atividades, tem a duração de seis meses”, explicou.
O presidente ainda destacou que entre os trabalhos realizados estão as reuniões, terapias e momentos de espiritualidade. “A religião é uma das mais importantes ferramentas para o tratamento do dependente químico”, comentou.
Dificuldades
Ao longo desses anos foram mais de 15 mil pessoas atendidas pela instituição entre internações, orientações e reuniões de grupo. “Em regime de internato, mais de 3 mil pessoas passaram pela casa. Nós temos atualmente um gasto mensal de R$ 40 mil e recebemos do Governo Federal e Municipal apenas R$ 20 mil, o resto nós temos que nos virar, buscar parcerias, fazer eventos, doações; a falta de recurso é a nossa maior dificuldade”, contou.
Recentemente a situação se agravou, já que o Governo Federal cortou 40% da verba destinada à entidade. “Vai ficando cada vez mais complicado, a população que nos ajudava bastante, também está parando de doar, a crise está afetando todo mundo e sem dinheiro o nosso trabalho, que é social e voluntário, vai ficando cada vez mais complicado”, disse.
Projetos
O presidente Luiz Carlos de Lima tomou posse como presidente no começo do ano passado e afirmou que a intenção é investir cada vez mais na prevenção. “A nossa intenção é investir em prevenção, nos aproximando dos órgãos públicos, especialmente as escolas, criando um projeto que possa ser incluído na grade curricular. O número de pessoas envolvidas com drogas é crescente e entendemos que a mãe de todas elas é o álcool”, destacou.
Visando a sustentabilidade financeira da entidade, ele destacou alguns projetos, como a criação de peixes para a produção de carne e alevinos; criação de galinhas; de suínos; desenvolvimento de uma horta; produção de adubos orgânicos em parceira com a Saev Ambiental;. Além disso, está em finalização o processo de regularização da doação do terreno onde funciona a unidade de tratamento por parte da Diocese para a instituição. Por meio desta ação será possível elaborar diversas propostas em busca de recursos junto aos governos.