O parlamentar entende que por trás das atitudes da empresa existem outras intenções
Daniel Castro
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Um dos assuntos discutidos na 16ª Sessão Ordinária da Câmara Municipal de Votuporanga, na noite de anteontem, foi a retirada das linhas de transporte coletivo dos bairros Jardim Itália e Célio Honorato Júnior. Em seu pronunciamento, o vereador Jurandir Benedito da Silva, o Jura, acusou a Itamarati, proprietária da concessão das linhas, de fazer articulação para aumentar o preço das passagens na cidade.
O parlamentar entende que por trás das atitudes da empresa existem outras intenções. “Por trás disso está intenção de pedir a majoração do valor da tarifa. Isso é uma tática. Tática esperta e habilidosa”, comentou. O legislador lembrou ainda a questão da proibição dos tuk-tuks na cidade, uma vez que a Itamarati estaria envolvida na ação para que os veículos não circulem mais. “Que intenção tem uma empresa daquele tamanho brigar com dois tuk-tuks. Tem intenção de majoração”, falou.
Jura destacou que a paralisação das linhas é questão séria, porque atinge diretamente a população, o trabalhador, que necessita do transporte coletivo. Ele ressaltou ainda que a empresa tem um contrato de concessão, por isso precisa respeitá-lo. O que não pode, continuou, é o povo sofrer as consequências das ações da empresa. “A nossa preocupação é com os munícipes, porque eles não podem ser afetados”, ponderou.
Já o vereador Mehde Meidão Slaiman Kanso apresentou um requerimento destinada à Itamarati, em que solicita informações sobre o motivo das retiradas das linhas. No documento, o parlamentar diz que a interrupção está causando grandes queixas de seus usuários. Por isso, ele quer que a Itamarati seja oficiada e informe as caudas da paralisação.
O jornal A Cidade entrou em contato por telefone e e-mail com a Itamarati, porém não obteve respostas.
Linha parou por
falta de passageiros
Por meio de nota, a Secretaria de Trânsito, Transporte e Segurança de Votuporanga recebeu um ofício da Itamarati alegando que não havia demanda para a linha dos bairros, o que tornou a prestação do serviço inviável a partir do último dia 9.
A justificativa está embasada no parágrafo 1º do artigo 16 da lei 4.883 de 23 de dezembro de 2010, que estipula o IPK (Índice de Passageiro por Quilômetro) mínimo de 2,5. Segundo consta no ofício, haveria necessidade de pelo menos 22 passageiros pagantes por dia para tornar o serviço viável.
De acordo com as informações alegadas pela empresa, o fluxo de passageiros da linha foi analisado por um período de 90 dias. Entre os dias 25 e 29 de abril, como exemplo fornecido pela concessionária, foram registrados apenas dois passageiros pagantes e um idoso por dia, sendo que no último dia foi apenas um idoso.
Mesmo assim, a empresa afirmou que a linha pode ser reativada quando houver demanda suficiente e acima do mínimo estabelecido.