Data foi instituída em todo país em 2007 e de lá para cá alguns avanços foram percebidos, embora o pré-conceito ligado às religiões de matriz africana ainda é desmedido
Há 10 anos, o dia 21 de janeiro foi instituído como a data Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. Em Votuporanga, o Conselho de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra (CPDCN) é ligado à Secretaria de Direitos Humanos. Desenvolve ações e realiza debates que assegurem ao negro condições de liberdade e de igualdade de direitos, fortalecimento de um espaço de participação e desenvolvimento da comunidade, inserindo-o nas políticas públicas.
A data rememora o caso de Mãe Gilda como um dos mais emblemáticos na luta contra o racismo e o ódio religioso no país. Após ter a imagem maculada e o terreiro (Ilê Axé Abassá de Ogum, em Salvador na Bahia) invadido e depredado por representantes de outra religião, a sacerdotisa teve agravamentos de problemas de saúde e faleceu em 21 de janeiro de 2000. O acontecimento repercutiu e resultou em projetos na esfera federal. Hoje, a data é um marco para fomentar o debate acerca do respeito às crenças e à liberdade de culto.
Para a presidente do Conselho em Votuporanga, Maria Madalena Moreira, a Lena, o pré-conceito ligado às religiões de matriz africana ainda hoje tem relação com o racismo. "Pelo fato das religiões de origem africana serem primitivas, muitas pessoas associam-nas a rituais diferenciados e principalmente a sacrifícios de animais", esclarece Lena.
De acordo com a presidente do Conselho, o esclarecimento é um obstáculo ainda a ser superado, apesar de pequenos progressos nos últimos anos. “É preciso que as pessoas informem-se melhor e conheçam um pouco mais sobre as religiões africanas”, declara.
Para mais informações sobre o Conselho de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra podem ser obtidas na Secretaria de Direitos Humanos pelo telefone 3422-2770.