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Cidade
Ex-assessor do Ministério do Meio Ambiente faz palestra em Votuporanga
Eduardo Lunardelli Novaes participou do 3º Dia de Campo & Feira Agrícola Panza
O ex-assessor especial do ministério do Meio Ambiente, Eduardo Lunardelli Novaes, palestrou no evento e falou com o A Cidade (Foto: A Cidade)
Da redação Votuporanga sediou na terça-feira (19) uma das maiores feiras agropecuárias do Noroeste Paulista: o 3º Dia de Campo & Feira Agrícola Panza. O encontro, promovido pela Panza Agropecuária reuniu centenas de produtores rurais de toda a região e contou com importantes palestras voltadas para o setor da agricultura.
Dentre os palestrantes estava o ex-assessor especial do ministério do Meio Ambiente, Eduardo Lunardelli Novaes, que é filho de um dos mais tradicionais pecuaristas do Brasil, o Cadu Novaes, do NeloreCen. Em sua palestra ele mesclou justamente sua experiência no setor da agricultura, com o trabalho no ministério do Meio Ambiente para falar sobre como se adequar às mudanças climáticas.
Eduardo Novaes concedeu uma entrevista exclusiva ao jornalista João Carlos Ferreira. Confira:
O senhor poderia fazer uma síntese da sua palestra sobre diferenças climáticas e acontecimentos do mundo, ligados, principalmente, à agropecuária? Basicamente, a gente procura dividir com as pessoas aquilo que a gente faz como país de verdade, que é muito diferente daquilo que tentam pintar como sendo o nosso papel. O Brasil é um país que tem uma economia verde há muitos anos. Nós temos dois terços do território coberto por vegetação nativa, um quinto da água potável e biodiversidade do mundo, matriz elétrica e energética, ou seja, geração de energia que é a mais limpa do mundo entre os países médios e grandes, um setor energético que faz um trabalho extraordinário de sequestro de carbono e combate às mudanças climáticas, pecuária baseada em pastagens, portanto, em fotossíntese e sequestro de carbono. Evidentemente, temos muito a avançar na área de qualidade ambiental urbana, tratar dos nossos lixos e saneamento, que também é uma área que acredito que nos próximos dez anos o Brasil irá universalizar esse serviço e a gente, portanto, tem que ter muito orgulho do Brasil, reconhecer aquilo que a gente faz e dar menos ouvidos para aquilo que dizem que a gente faz, especialmente quando vem do exterior.
Sua palestra deixou a plateia um pouco preocupada com o pensamento que tem a liderança mundial com relação ao nosso ambiente. É isso? Sim. Eu acho que essa é uma realidade. Infelizmente, nós temos uma imagem que foi muito deturpada lá fora, mas ela é fruto daquilo que alguns brasileiros falam a respeito do nosso próprio país. São pessoas que ou tem interesses escusos em relação ao nosso país ou porque não têm conhecimento, de fato, daquilo que acontece, especialmente no campo.
Com relação à nossa imagem internacional, gostaria que você analisasse, também, a tendência de futuro para o Brasil. Eu acho que o Brasil é um país que faz o mais difícil, que é construir uma economia sustentável. E não faz o que deveria ser mais simples, que é comunicar. Então, eu acho que o mais importante a gente faz e, agora, temos que fazer o mais simples de forma mais efetiva.
Gostaria que você deixasse uma mensagem ou até um conselho para os proprietários rurais, produtores, agropecuaristas. O que o senhor diria em especial para eles? O trabalho que a gente faz, como classe dos agropecuaristas, é um trabalho de busca incessante por aumento de produtividade. Ou seja, produzir cada vez mais, com menos. Isso é um resumo daquilo que se chama sustentabilidade. Nós estamos no caminho certo, fazemos um trabalho que tem muito a avançar ainda, mas tanto no setor de criação animal quanto no agrícola, ou mesmo na civicultura, na produção de borracha, por exemplo, o Brasil é um país que está muito na frente de muitos outros.
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