Paulo Ramalho Matta Júnior e Aldo H. Dezan, no encontro na capital de SP
Leidiane Sabino
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A APÇ – Atos e Palhaços, companhia composta pelos votuporanguenses Aldo H. Dezan e Paulo Ramalho Matta Júnior, esteve no encontro nacional de palhaços de hospitais, organizado pelos Doutores da Alegria, em São Paulo. O palestrante Luís Fernando Lopes, onco-pediatra e diretor do Hospital de Câncer Infanto-Juvenil Presidente Luís Inácio Lula da Silva, o “Lulinha”, de Barretos, fez sua narrativa sobre a importância dos resultados reais que estão obtendo, depois da inclusão dos palhaços na equipe multidisciplinar, nos leitos, na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e em outros ambientes.
“Para nós, foi uma surpresa agradável que veio confirmar o empenho de quatro anos de atividades naquela instituição. Não sabíamos do conteúdo da sua apresentação, somente conhecíamos o assunto, mas não imaginávamos que ele fosse tão profundo quanto ao reconhecimento sobre nós e da importância que dá ao que estamos realizando”, destacou Aldo.
“Quando iniciamos as atividades em Barretos, ainda na Ala da Xuxa, no antigo espaço Sandy & Júnior, dentro do prédio do HCB, as apresentações eram de 15 em 15 dias e o hospital já recebia outros grupos de palhaços, todos os dias da semana.
Depois de inaugurado o “Lulinha”, passamos a ir toda semana e, logo em seguida, devido ao aumento no número de atendimentos, duas vezes todas as semanas. Até que, quando completamos um ano de trabalho, veio o convite para participar das reuniões de visita”, contou Paulo.
Nessas reuniões, são abordadas todas as informações das crianças. Desde a sua origem, a sua situação familiar, a estrutura emocional e todos os assuntos referentes a elas e que tipo de tratamento estão sendo ou serão submetidas. Como é o estado da sua saúde geral e por qual caminho seguirão com o tratamento. Na sala onde ocorrem estas reuniões, participam todos os profissionais que lidam com o dia a dia delas. A nutricionista observa como anda a aceitação dos alimentos por parte daquele que está em discussão, seu apetite e suas dificuldades. A assistente social trata dos assuntos referentes à logística dessa família, como veio ou virá, qual é a situação geral dela, onde e como ficará, entre outros. A psicóloga divide informações sobre o estado emocional das crianças e da família, seus conflitos e pontos positivos dos que estão ali. Os médicos e enfermeiros expõem sobre o quadro clínico. Cada um na sua especialidade compartilha as suas informações.
“Fazer parte dessa equipe e desse momento, já seria motivo de muito orgulho para nós. Mas não parou por aí. Também fomos convidados a desenvolver ações específicas como agentes facilitadores no tratamento, juntos aos profissionais em alguns procedimentos, como, por exemplo, o sutil ato de conduzir e aliviar o temor da criança que segue em direção ao tratamento odontológico, com o pequeno que sente receios ao sentar-se em rotina de consulta médica e desinibi-lo frente ao psicólogo”, explicou Aldo.
“No final da apresentação de doutor Luís, pelo debate que se seguiu, notamos que a originalidade do trabalho que executamos junto à equipe multidisciplinar foi tão marcante que abre oportunidades dessas conquistas para os outros grupos de palhaços em todo o Brasil fazerem o que estamos fazendo. Esse estudo pode proporcionar a nós, dentro da faculdade de medicina de Barretos, a possibilidade de mestrado, dissertando e pesquisando sobre esse assunto”, comentou Paulo.