Estudo feito na Famerp busca maneira de tratar rins que apresentam alguma alteração e acabam sendo descartados.
Mário Abbud, chefe do setor de transplantes do Hospital de Base — Foto: Reprodução/TV TEM
Uma pesquisa feita na Famerp, a Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (SP), pode ajudar a reduzir o tempo de espera por um transplante de rim. Pesquisadores querem tratar os rins que apresentam algum tipo de alteração e acabam sendo descartados.
Com esses órgãos recuperados, a oferta de rins sadios pode aumentar em 25%.
“Isso ainda é experimental, mas temos trabalhado na literatura com ratos, mostrando que as medicações que propomos tem sucesso em animais, mas nunca foi feito em ser humano. A ideia é de usar essas drogas para modificar o rim hoje não ideal e torná-lo em um rim ideal”, afirma Mário Abbud, chefe do setor de transplantes do Hospital de Base.
De acordo com o médico, a pesquisa quer encontrar formas de tratar as inflamações do órgão. A ideia é que com isso diminua a rejeição por parte dos pacientes que vão receber o rim já que alguns preferem continuar na fila esperando um rim sadio, do que receber o órgão com algum problema, que geralmente vem de doadores mais velhos.Um dos grandes problemas na doação de rim é o número insuficiente de órgãos para atender à demanda. Seis anos é o tempo médio que um paciente espera na fila por um transplante de rim no país.
Foram cinco anos de estudo na Faculdade de Medicina de Rio Preto e a descoberta pode aumentar o número de rins para transplante e reduzir o tempo de espera em lista.
Ainda não há data para que testes sejam feitos em humanos, pois o estudo ainda está em fase inicial. Porém, já é mais uma esperança para quem torce para sair dessa fila de espera o mais rápido possível.O pensionista Lindomar Monteiro da Silva, por exemplo, está há quatro anos na fila por um transplante. Ele encara a hemodiálise três vezes por semana no Hospital de Base de Rio Preto. Essa vai ser a rotina até que chegue a vez dele na fila de espera por um transplante.
No ano passado, o HB fez 142 procedimentos desse tipo. Neste ano já foram 24, mas outros 100 pacientes ainda esperam pela cirurgia.
“Comecei a sentir fraqueza, muita fraqueza, não podia sentir cheiro de comida, foi quando descobri. Estou na expectativa para sair um rim esperando uma doação”, afirma.
Fonte. G1