A Cidade: A mudança facilita para os motoristas e pedestres?
Josneimar Freitas: Lado positivo: sim, será mais prático; quanto aos veículos, ainda continuarão a transitar pelas vias sob futura intervenção, tal como no trecho já revitalizado. E na própria Amazonas, dar-se-á continuidade, sem maiores interferências.
Em se falando dos pedestres, haverá proteção contra intempéries, maior conforto ao circular (claro, no trecho coberto da Santa Catarina), com uma opção a mais, sob sol ou sob chuva, para os lojistas e moradores de Votuporanga uma novidade, um ponto que atrairá mais ainda pessoas, fortalecendo o comércio e o entretenimento da área central.
Mais verde... projeto de paisagismo é um destaque, quando sempre devemos comemorar e exaltar os projetos que se preocupam com este quesito.
A iluminação tornará o local seguro e mais belo de se ver. Vou além: será, aos meus olhos, a cereja do bolo, somando-se aos demais equipamentos urbanos.
Negativo: diminuição das vagas de estacionamento: É um item já comentado à exaustão e que já se banalizou, e só para não perder o costume, as vagas de estacionamento diminuirão mais ainda. Muitos acham como negativo; particularmente, eu o entendo como positivo, pois acredito que tem que se privilegiar o pedestre em detrimento dos veículos. Destaco que abrirá espaço para a iniciativa privada aproveitar essa lacuna, como pude identificar isso no vídeo, em determinado momento.
Conforto térmico: Os projetistas deverão equacionar bem o dimensionamento e a escolha do material que fará a cobertura, pois, dependendo dela, esse material, ao filtrar os raios solares, não deverá agir como uma lente de aumento, acrescentado graus Celsius à temperatura do local.
Conservação e manutenção: Deve-se pensar, também, em uma proposta de operação, pois o local será uma vitrine e, como tal, deverá receber manutenção contínua. Fazer é relativamente fácil, conservar é que são elas: é trabalhoso e custa caro, pois envolve ações diárias (como o recolhimento do lixo e varrição), ações semanais (de pequenos reparos), ações mensais (de poda das palmeiras e arbustos), ações bimestrais (de trocas de lâmpadas e reatores), ações trimestrais (de limpeza de calhas, bocas de lobo), ações semestrais (de pintura de solo), entre outras.
A Cidade: O que está sendo proposto está dentro da lei?
Freitas: Pelo que pude ver rapidamente no vídeo, acredito estar tudo ok. É uma continuidade do que já foi feito.
Exemplificado melhor, a Norma da ANBT 9050 é uma norma que trata e regulamenta aspectos relacionados à acessibilidade no meio urbano, que foi plenamente atendida.
Certamente, os projetistas tiveram esse cuidado nos outros pontos.
A Cidade: Esta nova mudança contempla a mobilidade urbana?
Freitas: Particularmente, acho que sim. Será proporcionado um amplo e democrático acesso ao espaço em questão, tendo a ocupação de solo sido trabalhada de forma harmoniosa.
Claro que o conceito de Mobilidade Urbana vai além disso, sustentando uma política pública de transporte e trânsito mais planejada e ampla e, esta proposta de agora, vai se somando a outras já implantadas e consolidadas com êxito em Votuporanga. Explico melhor: ações desenvolvidas de forma continuada: primeiro, a revitalização do trecho de 800 metros na Rua Amazonas, compreendido pelas transversais entre Rua Itacolomi e Rua Ceará; em seguida, implantação dos terminais de embarque e desembarque na praça Central (Rua São Paulo); a implantação da mão Inglesa; a nova Concha Acústica”; a mudança do uso do Mercadão para o Poupatempo e a vinda dos proprietários dos boxes para uma área mais centralizada ainda.
A Cidade: A Searvo vai contribuir com alguma ideia?
Freitas: A entidade sempre esteve presente nos debates e colaborou com o crescimento ordenado do município. Vários de nossos associados participam ou participaram diretamente do poder público municipal, inclusive, no caso em particular, um dos profissionais é o autor do referido projeto. Em nossa entidade, esse sócio é atuante.
Em nossas reuniões, são levantadas propostas e ideias, sendo os debates acalorados com as mais diversas opiniões; porém, vivemos em uma democracia e a posição da maioria é soberana, independente da vontade deste ou daquele profissional e do cargo que ocupa.
Eu mesmo, na cadeira de presidente, em um passado não tão distante, tive que defender proposta divergente da minha forma de pensar: é assim o respeito pela opinião alheia, independente da sua, e é com este respeito que fazemos um convite aos elaboradores do projeto, para que venham apresentá-lo e, desde já, nos colocamos ao inteiro dispor para contribuirmos no processo de torná-lo uma realidade. Diante de um momento econômico favorável ou não tão favorável, é que devemos nos unir e investir, pensar diferente inovar, sendo de todos este dever: da iniciativa privada, dos Comerciantes, dos Industriais, dos Sindicatos, das Associações de Bairros, das Instituições de Ensino Públicas ou Privadas (do nível Fundamental ao Superior), das entidades de Classe (Associação Paulista de Medicina, Ordem dos Advogados do Brasil, Associação Paulista dos Cirurgiões Dentistas, dos Contabilistas), das Instituições Religiosas, dos Clubes de Serviço, das Maçonarias, dos Conselhos da própria imprensa e, principalmente, da pública (escrevo com letras garrafais), por meio do Judiciário, da Câmara Municipal e da Prefeitura de Votuporanga, objetivando alavancar o progresso e o bem estar da população.
Vamos afastar de Votuporanga os maus pensamentos e as críticas infundadas de pessoas que não têm noção da dificuldade e das adversidades de se produzir algo dessa magnitude, e que criticam por criticar. Sonhemos grande, persistamos, sejamos justos nas nossas ações.
Finalizando, faço votos de que, através desta proposta, Votuporanga, mais uma vez, seja exemplo, um bom exemplo a ser seguido.
No caminho da construção e busca de realização dos nossos objetivos, muitos obstáculos e problemas reais e imaginários encontraremos, como também nos depararemos com pessoas que apontam o dedo, mas que não tem iniciativa (não me proponho a ser um destes); vamos criar a oportunidade com conhecimento e trabalho, a hora é agora e não amanhã, não na semana que vem, seja no nosso lar, na nossa casa, na nossa escola, na nossa Igreja, na nossa entidade, na nossa cidade. Sou votuporanguense por opção e não por nascimento; aqui me casei e estou criando meus filhos, desejando o melhor para minha família e para a cidade.